Acusado pelo Ministério Público de ser o chefe de uma “organização criminosa”, o mensalão, o ex-ministro José Dirceu lançou seu site na internet. O lançamento foi realizado no Bar Monumental, em Brasília, nesta noite (7). Na página do petista, ele inclui tanto o seu antigo blog quanto várias informações sobre sua defesa para o caso que culminou com sua cassação pela Câmara dos Deputados.
No evento, foi distribuído um livreto de cerca de 100 páginas com fotos e a trajetória política de Dirceu. A publicação também inclui a versão do ex-ministro sobre as acusações imputadas a ele.
Estavam presentes ao lançamento outros petistas acusados no escândalo do mensalão. Entre eles, os deputados Paulo Rocha (PA) e José Genoíno (SP) e o ex-deputado Professor Luizinho (SP). O deputado e ex-ministro da Fazenda Antônio Palloci (PT-SP) e o vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também participaram do evento. (Lucas Ferraz)
"Antes do lançamento, falei com os jornalistas de diversos veículos de comunicação. Mas, em nenhum momento, afirmei que temia que o STF para dar uma "satisfação política" à opinião pública aceitasse a denúncia do Procurador-Geral da República, como publica a Folha de hoje, na matéria “Dirceu recebe apoio de ministros, assessores, políticos e mensaleiros” (só para assinantes). Disse e reafirmo que espero que a denúncia contra mim não seja aceita. Mas, se for, que não haja prescrição. Que quero ser julgado, que não aceito a impunidade, nem a prescrição. Já que fui acusado, sem provas, de ser chefe de uma quadrilha e, depois de 40 anos de vida pública, sem nunca ter sido sequer investigado, e depois da devassa que sofri, onde nada ficou provado contra mim, mereço um julgamento justo. Nada mais. Só quero ser julgado e espero que a denúncia seja arquivada. (José Dirceu)"
Às vésperas de ser julgado, Dirceu critica "ilusões golpistas"
Às vésperas de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do "mensalão", o ex-ministro José Dirceu disse nesta terça-feira que o governo do PT "foi julgado nas eleições" e criticou opositores que teriam "ilusões golpistas". O STF marcou para dia 22 o início da leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa, na ação proposta pela Procuradoria-Geral da República contra Dirceu e mais 39 réus por corrupção e formação de quadrilha. "Eu quero muito ser julgado, não quero prescrição nem arquivamento, para estabelecer a verdade. Já fui absolvido de tudo que me acusaram até hoje", disse Dirceu a jornalistas ao lançar em Brasília seu site na Internet.
Para o ex-ministro, a leitura do relatório, que deve durar uma semana segundo advogados experientes no STF, não deve trazer novos prejuízos políticos ao governo por reviver o escândalo de 2005. "O presidente Lula não foi acusado de nada nesse processo, foi inclusive inocentado. Politicamente, ele já foi julgado na reeleição", disse Dirceu. Ele avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegerá o sucessor em 2010 se mantiver a coalizão partidária, ao menos no segundo turno, e tiver sucesso na gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Plano Nacional de Educação.
"O PAC está andando onde há projetos, mas, se em 18 meses não tiver cumprido dois terços das metas, pode acender a luz vermelha", advertiu. Lançado em janeiro para investir 500 bilhões de reais em quatro anos, o PAC é coordenado por Dilma Rousseff, que substituiu Dirceu na Casa Civil quando este foi obrigado a renunciar sob denúncias, em julho de 2005. "Acho que a tendência é ter vários candidatos (do campo do governo) no primeiro turno", calculou Dirceu, citando a ministra Marta Suplicy (PT) e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) como bem situados em pesquisas.
"É preciso manter a aliança com o PMDB, pelo menos no segundo turno de 2010, depois de testar a coalizão em 2008 (eleições municipais), mas é fundamental acertar na gestão do PAC e da Educação", insistiu. Para o ex-ministro, o governo precisa também "disputar" setores da classe média que se mostram insatisfeitos. Ele considerou "democráticas" manifestações como o movimento "Cansei", articulado por empresários. "Não o considero um movimento golpista, embora setores políticos, sociais e da mídia apostem freqüentemente que seja possível o governo cair por um golpe de mão. É uma ilusão golpista", afirmou.
CRISE AÉREA - Dirceu apresentou seu novo site em um movimentado bar de Brasília, próximo às sedes da Polícia Federal e do Banco Central. Ministros, assessores do presidente Lula, parlamentares e dirigentes do PT e de outros partidos compareceram à festa. Dirceu disse aos jornalistas que a crise área e o acidente com o avião da TAM mostraram a necessidade de uma reestruturação do setor e do modelo de agências reguladoras.
"Estávamos certos ao defender que as agências devem obedecer a contratos de gestão, seus diretores devem ser sujeitos a um sistema de 'recall', e elas não devem ter o poder de outorgar concessões", disse. Mesmo defendendo um novo modelo e admitindo que houve "demora do governo em tomar algumas decisões", Dirceu poupou de críticas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
"Se houve erro foi a agência não ter sido criada há pelo menos dez anos. A Anac mandou reduzir os vôos em Congonhas", argumentou. Ele negou que seja o padrinho político de sua ex-assessora Denise Abreu, uma das diretoras da Anac, alvo de críticas na gestão do setor. "Não fui eu que indiquei a Denise. É verdade que ela trabalhou comigo, mas é uma pessoa muito qualificada”, afirmou, acrescentando que a diretora também trabalhou com o tucano Mario Covas, ex-governador de São Paulo morto em 2001.
Para José Dirceu, depois do acidente com o avião da TAM, que matou 199 pessoas, a oposição deveria ter procurado o governo para oferecer ajuda na "construção de uma solução para o problema". Ele também elogiou a indicação de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa. "É homem certo, no lugar certo, na hora certa", disse Dirceu sobre o ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
TRAILER: http://br.youtube.com/watch?v=Plz0myNOpcU
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Namorada de José Dirceu exibe filme sobre vôo de resgate de 1969 no Palácio do PlanaltoO auditório do Anexo I da Presidência da República, no próximo dia 15 de agosto, às 12h15, servirá de espaço para exibição do filme “Hércules 56”, de Silvio Da-Rin, o qual estará no Palácio do Planalto como convidado especial da sessão. O Hércules 56 é uma referência ao avião da FAB que conduziu para o México, em 1969, os 15 presos que foram libertados por exigência dos guerrilheiros que seqüestraram o embaixador norte-americano Charles Elbrick. Entre os libertados estava José Dirceu. Entre os seqüestradores que exigiram a troca do embaixador pelos presos políticos estava o atual ministro Franklin Martins. Os dois dão depoimentos no documentário. A decisão sobre a exibição do documentário no Palácio do Planalto foi tomada por Evanise Santos, coordenadora da agenda de filmes como chefe da Coordenação de Relações Públicas (Coresp) do Palácio do Planalto. Ela é atual namorada de José Dirceu. A produção do documentário sobre o seqüestro do embaixador norte-americano contou com o patrocínio da Petrobrás. O filme inteiro é uma apologia do discurso e das práticas revolucionárias. Bem claramente, no filme, um dos personagens recusa a denominação de “seqüestrador” pela de “revolucionário”.
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