Brasília, DF, 29 de outubro de 2007
Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira
O Ministério da Defesa possui na sua Estrutura Organizacional, diversas repartições. Militares e civis dividem, naquela organização, os mais diversos cargos e funções.
Algumas, certamente, de total viés militar são chefiadas por militares de alta patente, como era o caso da Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos internacionais, chefiada pelo General Santa Rosa e do Órgão de Assessoramento (substituído pela Secretaria de Aviação Civil) chefiado pelo General Bini.
Outras, por sua finalidade, podem ou mesmo devem ser chefiadas por civis, os quais se espera estejam capacitados ao exercício de suas atribuições, fato óbvio, mas o que nem sempre ocorre, pois muitas vezes, os postos são preenchidos, mais por interesses esdrúxulos, inclusive particulares, de compadrio e /ou troca de favores, ou, ainda, políticos, do que pela capacitação de seus ocupantes.
Literalmente, alguns nomeados portam – se como verdadeiros inimigos.
É o mesmo que colocar uma cobra na sua (nossa) cama.
Algumas, de embasamento administrativo ou não, por sua especificidade (Legislação, Orçamento e Finanças), somente poderiam ser ocupadas por militares, e as Forças Singulares, caso estivessem atentas e preocupadas com o seu futuro, batalhando por recursos compatíveis e empenhadas em evitar o aviltamento salarial de seus integrantes, deveriam empenhar o máximo dos esforços para que, aquelas funções fossem chefiadas por militares.
Este é o caso do Departamento de Organização e Legislação, que assessora com o Departamento de Planejamento Orçamentário e Financeiro, o Secretario de Organização Institucional (recentemente substituído por um nome da equipe do espaçoso canastrão) nos assuntos relativos ao recursos orçamentários, incluindo – se a questão salarial.
É evidente, que tal Departamento deveria ser um dos mais importantes nichos a ser ocupado por um legítimo representante das Forças Armadas, não interessando sua origem profissional, Marinha, Exército ou Aeronáutica, da ativa ou da reserva.
Entretanto, sublinhando a falta de visão que nos tem caracterizado, na semana passada, sem qualquer alarde, secamente, sem choro nem vela, perdeu - se um último baluarte, naquele Ministério.
Meus sofridos e incrédulos amigos, comprovando - se que, haverá choro e ranger de dentes, ad infinitum, e este já é o IV artigo que escrevo, foi sumariamente defenestrado da Chefia daquele importante Departamento para as Forças, o General Synésio Scofaro Fernandes, substituído por um civil, figura que por certo não envidará esforços para elaborar os estudos e as propostas pertinentes, direcionadas para resolver os graves problemas orçamentários que sucateiam, vergonhosamente, as Forças Armadas.
O General Synésio, de reconhecida competência na área em questão, era um batalhador por verbas compatíveis, e sem grande apoio, mas com dedicação e reconhecida competência, e mesmo coragem, procurava sensibilizar aos seus chefes, acerca da penúria vivenciada pelas Forças Singulares e pelos seus integrantes.
O General Synésio tornou – se um estranho no ninho, e foi trefegamente afastado pelo seu chefe imediato, evidentemente com o beneplácito do vaidoso ministro, considerando - se a importância da função e o papel por ele exercido.
Ah! As nossas mulheres.
Que elas rufem panelas em frente do Palácio do Planalto, que acampem em frente do Congresso.
Que, “en petit comité”, elas dialoguem com o espaçoso ministro (que continua estudando), pois elas são a minha, a nossa última esperança.
Mas como disse o loquaz ministro Mantega “que as mulheres dos militares têm que trabalhar...”, algo me sussurra que aumento este ano será para todo mundo... exceto para os militares (vai estar por baixo lá longe).
O Gen Synésio Scofano Fernandes não concordou com a idéia do Min Jobim de conceder aumento diferenciado para os militares da ativa e da reserva e foi exonerado do cargo que exercia no Ministério da Defesa.
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