terça-feira, 30 de outubro de 2007

O PROBLEMA É O MERCOSUL

O texto que se segue, escrito por uma brilhante professora do ensino superior, vem ao encontro do pensamento dominante entre os brasileiros que ainda conseguem enxergar o que nos aguarda no futuro. Seu nome? Simplesmente Vânia.

Este (abaixo) é o resultado de um processo ancestral e sistemático (processo ilustrado aos baldes na história brasileira) da troca do exercício de soberania pela idéia do “bem da humanidade”, da “paz” e de badulaques retóricos afins nunca comprovados no real.


Não há “paz” ou “bem da humanidade” que se possam fazer à custa de nosso desaparecimento ou nosso definhamento como unidade política soberana.


O problema, portanto, não é Chávez. Dane-se Chávez. O problema é o Mercosul. O problema são os Tratados insanos. É o acatamento irresponsável às recomendações mal intencionadas da OEA, da ONU, do raio que nos parta. O problema são as regras de comércio substituindo e soterrando as regras políticas. O problema é a Constituição brasileira (e somente a brasileira) abrindo as portas do Estado e prometendo a integração total de seu território aos demais no subcontinente. É o internacionalismo (ou o supranacionalismo) como fonte e fundamento do pensamento e da ação e tudo o que estes promovem. É a abdicação da Política.


Quando um Estado não encontra razões para exercer a soberania — exercício que só a ele lhe cabe, a ninguém mais — resta-lhe apenas transformar seu poder em instrumento de interesses particulares e, assim, debilitar-se, fragmentar-se, dissolver-se, dar-se em sacrifício aos ídolos e às pseudocausas internacionais do momento, sejam esses quais forem, em busca de “merecimentos” e de “dádivas” prometidas e jamais cumpridas, porque impossíveis de serem cumpridas. Resta-lhe apenas contribuir à formação de um novo Estado que se sobreporá a si mesmo.


Se o Brasil é um Estado e, assim, é necessariamente um Estado nacional, esta é a discussão central que deveria estar sendo levantada por todas as instituições que se reputam sérias neste País.

Ele é? Porque se ele é, existem um interesse nacional e uma vontade nacional, que não se confundem com quaisquer interesse e vontade particulares ou estrangeiras ou supranacionais.


As demais questões são acessórias, ou seja, são diretamente desta resultantes. Seja a Amazônia, as demais fronteiras, a Escola e a Saúde pública, a destinação e o aparelhamento das FFAA, a seriedade dos Governos, a pertinência dos objetivos enunciados etc.

Se o Brasil não é mais um Estado nacional — porque assim ele foi criado, mas muitas vezes sabotado — e se nós ainda somos a Nação (e somos?), cuidemos, pois, para que novamente ele se transforme em um sólido Estado nacional. Ou nada ele será. E bem logo nada mais seremos.


O resto se resolve por decorrência. Como um todo, nunca aos pedaços.

Ou jamais se resolverá, apenas se agravará e se desmanchará no ar... Não porque deixará de ser problema, mas porque deixará de ser problema nosso...


E de quem então será?

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