Por Henio Gomes
No início, os homens eram nômades. A busca pela sobrevivência os fazia andar e andar, à busca da caça e dos frutos das árvores, numa atividade sem fim. Os perigos eram muitos, e a expectativa de vida muito pequena: as feras, os ossos quebrados, as infecções, o envenenamento, a hostilidade do tempo, estavam sempre à espreita, a fim de lhes acelerar a morte. O nomadismo os fazia promíscuos, a sociedade era matriarcal, na medida em que apenas a maternidade era óbvia – o pai, desconhecido; podia ser qualquer um. Durante séculos, assim o foi.
A luta pela sobrevivência acabou por fazer o homem descobrir a agricultura: aprendeu que a terra lhe devolvia os alimentos que plantasse. Assim, o alimento tão necessário não tinha de ser procurado dia após dia: ele estava ali mesmo, ao alcance de suas mãos, e isso lhe trazia muitas vantagens: pela primeira vez em sua história, o homem podia se fixar à terra, e preparar tudo à sua volta para sobreviver mais e melhor. Contra as feras e as intempériies, desenvolveu a idéia de “casa”, uma caverna ou uma construção tosca, que lhe deu abrigo. Todos de sua ‘tribo” (vamos chamá-las assim), fizeram o mesmo, nas proximidades... o embrião da aldeia.
Então, o homem se sentiu só. Onde estariam as mulheres, para garantir a prole? Teriam elas as suas próprias “casas”, ou vagariam de uma para outra, em busca da continuidade da espécie? Não tardou muito para que o homem as fosse buscar, à força ou de bom grado, para habitar as suas noites, ter e criar os seus filhos. Assim, a idéia de propriedade nasceu, incluindo a terra, a casa e a família.
Mas outros e muitos homens prosseguiam nômades, constituindo um perigo permanente para aqueles que se fixaram à terra, alvos sempre da cobiça alheia, pelos tesouros que escondiam em sua propriedade: o alimento e a mulher. A necessidade imperiosa de protegê-los tendia a fazê-lo cada dia mais fraco, eis que um dos componentes básicos para a sua força ficava cada dia mais distante e difícil: a caça. Cedo ele descobriu que, ao se ausentar para caçar, deixava à sanha do inimigo tudo que – de fato – lhe pertencia e lhe supria as necessidades, e aprendeu que não lhe servia começar sempre tudo, de novo.
Reunidos em “conselho”, os homens da tribo buscavam incessantemente uma solução para o seu grave problema, até que ela surgiu: “um de nós – o mais forte - fica na aldeia, enquanto os outros saem para caçar, e recebe, de cada um, parte da sua caça, como pagamento pelos serviços de proteção a todos”. Nasce o Estado, improdutivo (não caça), e está criado o “imposto”, retribuição da sociedade por serviços prestados em benefício de todos.
De tudo isso se depreende, rápida e facilmente, que o Estado foi criado para suprir a necessidade de segurança, que pode portanto ser vista como “a razão de ser de sua criação”.
Estando na aldeia, com muito tempo ocioso, e sendo talvez o mais preparado de todos, logo o “segurança” tratou de preencher o seu tempo, ensinando os meninos, os seus e de toda a aldeia, a pescar e caçar, correr objetivamente, espreitar a caça, e vencer os perigos das matas. Ele nada mais estava fazendo do que prover “educação”, não a sua principal tarefa, mas uma outra, também nobre; mas que tinha que ser interrompida sempre que a segurança o exigisse. Também o atendimento a emergências de saúde, como ferimentos e doenças, passou a fazer parte do seu cotidiano ocioso, já que ele era sábio, e estava ao alcance, na ausência dos demais membros do grupo.
O “segurança” poderia ser muito sábio para ensinar, e muito disponível para curar, mas se demonstrasse incapaz de defender a aldeia, seria defenestrado pelo Conselho, eis que falhava naquilo que era a sua razão de ser: proteger.
Estamos, agora, em condições de dar o grande salto no tempo: O Estado, tal como hoje se apresenta, continua tendo como função primeira a Segurança, sendo todas as demais, secundárias. A falência do Estado em sua atividade-fim será respondida, pela sociedade, com um “basta”, e a sua gerência (no caso, o Governo) substituída por outra, que lhe devolva a indispensável competência. As democracias encontraram uma forma justa de julgar periodicamente o desempenho de seus gerentes: as eleições periódicas. A complexidade das sociedades modernas e as imperfeições dos processos eleitorais podem conduzir a julgamentos errados pela sociedade, fazendo eleitos quem não cumpre – por maquiavelismo ou incompetência – os seus desígnios encomendados. Mas não permanentemente, não sempre. Até mesmo em regimes totalitários e de força, como os comunistas, a justiça tardou, mas não falhou.
O Brasil passa por uma crise de segurança, que já se prolonga mais do que o tolerável. Após os regimes militares, o desconforto dos brasileiros só fez crescer e crescer, sua tranqüilidade diminuir e diminuir. A tolerância, também.
A “esquerda”, que mereceu a confiança dos brasileiros nos últimos 22 anos, não foi capaz de resolver, sequer diminuir, os nossos problemas, nestes incluída a Segurança, a paz e a tranqüilidade para viver e trabalhar. Talvez o conjunto de nossa sociedade ainda não saiba, mas se aproxima o dia do “basta”. Peço a Deus que isso se dê de forma democrática, com a eleição de um Governo mais à direita, como ocorreu na França. Para isso, nós, sociedade, temos de abrir espaços para o surgimento de uma candidatura representativa dessa tendência, a fim de que o julgamento das urnas possa ser mais justo e fiel aos nossos anseios. Se depender apenas da grande mídia e da política partidária atual, essa candidatura não surgirá, da mesma forma como não surgiu nas duas últimas eleições majoritárias, quando somente a esquerda teve espaço e vez.
Direita, apresente-se para todos nós. Queremos julgá-la nas urnas.
1 comments:
Lauro said...
Eu voto sómente se houver um general como candidato, mesmo assimprecisa ser general da reserva queñ esteja recebendo algum beneficiode Lula. APRESENTE-SE general!!!!
Lauro said...
Eu voto sómente se houver um general como candidato, mesmo assimprecisa ser general da reserva queñ esteja recebendo algum beneficiode Lula. APRESENTE-SE general!!!!
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