terça-feira, 2 de outubro de 2007

Vantagens da associação

Trechos extraídos de: Vantagens e perigos da associação política
de Alexis de Tocqueville
Por: Maria da Penha Vieira

A América ( do Norte ) é o país do mundo em que mais se tirou proveito da associação, e em que esse poderoso meio de ação foi aplicado a número mais diversificado de objetivos.

O habitante dos Estados Unidos aprende desde o nascimento que é preciso apoiar-se em si mesmo para lutar contra os males e as dificuldades da vida; lança um olhar desconfiado e inquieto à autoridade social, e só lhe faz apelo quando não pode furtar-se a tanto. Isso se nota desde a escola, onde as crianças se submetem, até mesmo em suas brincadeiras, a regras estabelecidas por elas mesmas, e punem-se por delitos que elas mesmas definiram. Encontra-se o mesmo espírito em todos os atos da vida social. Surge uma dificuldade na via pública, interrompe-se a passagem para a circulação; os vizinhos logo se instituem em órgão deliberativo; desta assembléia improvisada, sai um poder executivo que remediará o mal, antes que se tenha apresentando, à imaginação, a idéia de uma autoridade preexistente à dos interessados. Se se trata de prazeres, as pessoas se associam para dar mais esplendor e regularidade à festa. Unem-se, enfim, para resistir a inimigos, perfeitamente abstratos: combate-se, em comum, a intemperança. Nos Estados Unidos, as pessoas se associam com fins de segurança pública, de comércio e de indústria, de moral e de religião. Nada há que a vontade humana desespere de atingir, através da ação livre do poder dos indivíduos.

(...)Atualmente, a liberdade de associação tornou-se uma garantia necessária contra a tirania da maioria.

(....)O que nos leva ainda a ver na liberdade de associação nada mais do que o direito de guerrear contra os governantes é nossa inexperiência em matéria de liberdade.

(....)Após a liberdade de agir só, a mais natural ao homem é a de combinar esforços com os de seus semelhantes e agir em comum. O direito de associação me parece, portanto, tão inalienável de sua natureza como a liberdade individual.

Caos na Barra
De Roberto Saboya
Para Jornal O Globo
Senhores

A anos que a UFRJ vem criando engenheiros urbanistas dentro do ultrapassado conceito do "socialismo moreno". Para eles carro é uma anomalia e vias expressas urbanas, uma aberração. A primeira vítima foi a Avenida das Américas que, retalhada por semáforos, transformou-se em uma simples via auxiliar. O projeto original de Lúcio Costa previa uma auto-estrada central, elevada, que levaria os moradores da Zona Sul até o Recreio, sem a obstrução de semáforos e sem atrapalhar o trânsito na Barra e Jardim Oceânico. Para esses haveriam pistas auxiliares laterais, com semáforos. Exatamente como o nunca engarrafado eixo monumental de Brasília. O conceito do "carro pecador" tomou conta da cidade. Viadutos foram abandonados e as vias expressas urbanas, descontinuadas. Nossa Cidade Maravilhosa está hoje pior do que São Paulo, onde sucessivos governos, inclusive o de esquerda radical, dedicaram-se a construir vias expressas urbanas com dezenas de viadutos e mergulhões.

O incrível novo semáforo da Barra conseguiu interromper o transito que se destinava ao Jardim Oceânico, Itanhangá, Joá e Barrinha, e com isso aumentou o congestionamento da super congestionada auto-estrada (sic) Lagoa-Barra-Recreio. Quando é que os nossos engenheiros vão reconhecer que carro é uma realidade, que o Brasil produz mais de dois milhões de veículos/ano e que esses novos veículos precisam de novas vias expressas, urbanas ou não, para se deslocarem. Alfred Agache dizia: A distância entre dois pontos não se mede em metros e quilômetros e sim nas horas e minutos que levamos para percorre-los.

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