quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A hora da verdade


Carlos Brickmann
17 de agosto
Brickmann & Associados Comunicação - B&A: http://www.brickmann.com.br/

A tensão em Brasília está no ponto máximo: começa esta semana o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, dos 40 acusados de participar do Mensalão – especialmente de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, quase um primeiro-ministro no Governo Lula, ainda poderoso dentro do PT, apesar de cassado. O ministro da Justiça, Tarso Genro (adversário de Dirceu dentro do partido), tenta tirar o Governo do foco do julgamento. Segundo diz, julgam-se pessoas, não o Governo. É complicado. Se o Supremo considerar que os acusados são culpados, surgirão duas perguntas. A primeira: como poderiam ter agido se não representassem o Governo? A resposta é uma só: não poderiam. A segunda: quem se beneficiou com sua ação? A resposta é simples: o Governo. Eventualmente, até poderia surgir um desvio que pudesse ser interpretado como enriquecimento pessoal, mas no atacado quem se beneficiaria da ação seria o Governo. A própria denúncia do procurador-geral diz que os acusados pagavam a parlamentares em troca de apoio político ao Governo. Não dá para separar as coisas. O início do julgamento trará de volta alguns nomes que haviam sumido do noticiário. Marcos Valério, por exemplo – agora remodelado, depois do implante de cabelos. Ou Delúbio Soares, que era o tesoureiro do PT. Ou o então presidente do partido, José Genoíno. E, acima de tudo, José Dirceu – o alvo favorito dos adversários do Governo, exatamente por ser considerado o grande articulador oficial. Será um período carregado de emoções. A política vai pegar fogo.

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