12/08/2007
Produzido por Ternuma Regional Brasília
Por Agnaldo Del Nero Augusto – Gen Div Ref
Visite nosso site http://www.ternuma.com.br/
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Vivemos a grande época da Mitologia da Histórica, que em conceito do consagrado historiador marxista e militante comunista J. E. Hobsbawn, “é a história revista ou inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos”. Uma história revista ou inventada para atender as conveniências de pessoas, de grupos políticos ou ideológicos é, na verdade, uma Grande Mentira.
Podemos balizar o início recente da construção dessa história fabulosa em nosso País, com a mentira urdida já na fundação do Partido Comunista em 1922, que se autodenominou Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista, PC - SBIC. Tem seguimento até nossos dias, com a distorção de incontáveis fatos e a deturpação ideológica de importantes episódios de nossa história. Destacam-se as tentativas de revisão da Intentona Comunista, sempre buscando descaracterizar a ordem de Moscou, o planejamento, o financiamento e sua execução por agentes profissionais a serviço do Kremlin.
Há também a versão da interferência norte-americana na Contra Revolução de 1964, difundida no dia imediato a esse episódio, assinalado entre outros, porque sobre ele desejamos nos referir hoje. Depois de lançar essa fantasiosa versão, realizaram verdadeira revoada aos Estados Unidos, visando a encontrar qualquer dado que pudesse dar sustentação ao mantra veiculado.
Nada encontraram, a não ser informes e informações que davam conta da evolução da situação no Brasil, confirmando o que Roberto Campos já revelara. Ninguém pode negar o interesse dos Estados Unidos e, certamente, também da URSS e de outros países, em acompanhar a situação brasileira, dada a importância estratégica que nosso país ganhara no intrincado xadrez da Guerra Fria. Só os ingênuos ignoram que todo país que tem um serviço de informações minimamente capaz, faz esse tipo de acompanhamento dos países de sua área de interesse estratégico.
O comunista ou ex-comunista Elio Gaspari tinha uma sala no Castelinho Vermelho da esplanada de Washington, com uma bolsa do Wilson Center for International Scholers. Com sua coloração ideológica, sua experiência jornalística e essas facilidades, deveria ter recolhido o que de melhor se poderia obter para apoiar a tese esquerdista. Nem a eles convenceu. Mesmo não tendo encontrado nada que pudesse sustentar a história que inventaram, continuaram a orquestrar a versão elaborada. A propósito desse episódio, o embaixador Roberto Campos, em suas memórias, cita nominalmente o esquerdista Darcy Ribeiro, como autor de uma história fabricada, em seu livro “Aos trancos e barranco”. Suas afirmações, segundo Roberto Campos, “são puramente ficcionais”.
Diário por definição é obra em que se registram diária ou quase diariamente acontecimentos. Transmite a impressão de que seus registros são fidedignos, sem medir as conseqüências ou o fim a que conduzem os fatos registrados. Constata-se que o uso de diários fabricados passou a ser uma forma de se reescrever a história em nosso país. O esquerdista Paulo Schilling é autor de um suposto diário, que Eichler no seu documentado “O Desentulho de Góri” considera atingir o “fantástico”. Sem serem contraditados, inventaram histórias, escreveram diários fantásticos, veicularam mentiras fabulosas, que jornais, para atrair leitores, difundiam com manchetes chamativas, cada um com meras opiniões, fazendo a versão evoluir por conta dessas ilações.
O embaixador norte-americano desmentiu todas essas versões, mesmo admitindo o entusiasmo explícito com que a queda de Goulart foi recebida em Washington. O leitor cético, mesmo isento ideologicamente, poderá alegar que ´o embaixador americano tinha mesmo que negar essa ingerência´. Para fazer essa ilação com imparcialidade deve considerar, também, que Lincoln Gordon era um intelectual respeitado no mundo acadêmico e suas declarações poderiam ser cotejadas com a quebra do sigilo das informações americanas e, não confirmadas, ter sua credibilidade arrasada. Disse o embaixador: foram os fatos que me permitiram declarar no Senado que o golpe foi 100% brasileiro, e não 99,44%. O embaixador Gordon não fez essa declaração graciosamente, fez sob juramento em um inquérito realizado pelo Congresso americano. Quem conhece o mínimo sobre o Congresso americano sabe o que aconteceria com quem cometesse perjúrio. A realidade é que lá não há dança pela absolvição, nem pizza.
Há muito que comentar sobre esse assunto, mas, num artigo, podemos apenas citar alguns fatos. Existe um livro da historiadora americana Phyllipis Parker, crítica ácida da política externa de seu país, intitulado “O Papel dos Estados Unidos no Golpe de 31 de Março”, na sua tradução em português, esgotada ou sumida, editada pela Editora Braziliense, a maior do PCB. A Dra Parker entrevistou os principais personagens e teve acesso à maior parte da correspondência secreta sobre o episódio. É o documento mais completo sobre o assunto. Chegou à conclusão de que o golpe de 1964 foi dado por brasileiros, não por americanos.
Nas suas palavras: “não há provas de que os Estados Unidos instigaram, planejaram, dirigiram ou participaram do golpe”. Por outro lado, desde 1985 sabe-se que a versão comunista desse episódio, foi orquestrada pelo Departamento A, o de Desinformatsya da KGB soviética. O fato foi narrado em seus detalhes no livro “The KGB and Soviet Disinformation’, de Ladislav Bittman sob o título “Operação Thomas Mann. O Ocidente tomou conhecimento dessa farsa, em 1985, há mais de vinte anos, mas a imprensa livre do Brasil, até bem pouco, nada publicou, apenas a revista Veja na sua edição N0 1777 de 13 de novembro de 2002, mais de 15 anos depois, com pouca repercussão publicou “O fator Jango” de autoria de João Gabriel de Lima, que revela toda esta história. É importante constatar que os livros de Ladislav Bittman e de Phyllis Parker não constam das obras de referência, das mais amplas bibliografias dos mitólogos.
Os comunistas ainda guardavam um trunfo, as informações do período não haviam ainda sido totalmente liberadas. Neste ano, os Estados Unidos desclassificaram documentos que cobrem dos anos 50 aos anos 70. São mais de onze mil páginas. Os textos não trazem revelações, apenas atestam o óbvio. Se houvesse algum dado que pudesse ser aproveitado, mesmo hoje, a orquestração teria sido estonteante. Vimos apenas um artigo publicado na FSP de 27 de junho último. Ocorreu foi o silêncio, ou seja, a confirmação de Nada, ou a confirmação de Tudo. Tudo não passou de mais uma Grande Mentira
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