terça-feira, 2 de outubro de 2007

ABORTO

09/08

“Gostaria de parabenizar o doutor Aníbal Faúndes pelo belo artigo Por um novo consenso sobre o aborto ( *Opinião, 7/8), bem como manifestar o meu apoio, como mulher, à sua defesa pela garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. Espero ver este país avançar em sua legislação e em sua atitude frente à sexualidade e à liberdade das mulheres. Advogo que as mulheres devem ter o direito de decidir se querem ou não levar uma gravidez adiante. Elas têm o direito de decidir, e assim o fazem, mas nem todas podem acessar os métodos mais seguros. Aborto legal e seguro é um passo fundamental na eqüidade de gênero, na busca por justiça social e na construção de um projeto de autonomia e emancipação das mulheres.“

MÔNICA BARA MAIA, mestranda em sociologia na área de políticas públicas e direitos reprodutivos (São Paulo, SP)

“Aplausos, com restrições, ao artigo do doutor Faúndes. Realmente a questão que se coloca deveria ser outra: a consciência de que todo aborto provocado é, antes de tudo, uma falha das políticas públicas de paternidade responsável ou de DST/Aids.


Faltou no artigo a discussão fundamental sobre o direito à vida do ser humano que foi gerado, o que não pode ser superado por questões de fato como: o direito da mulher de dispor de seu próprio corpo, ou de não se dispor, ou poder enfrentar as dificuldades que se seguem a qualquer gravidez e na criação de um filho.

Temo que pelo lado do governo também haja um motivo inconfessável: um aborto legal feito no SUS significaria uma redução extraordinária de despesas com acompanhamento pré-natal, parto e acompanhamento neonatal, que consomem hoje mais de 30% das verbas da saúde pública. Pode ser este o tal do problema de saúde pública alegado pelo governo.“


MARIA CELESTE GUERCIA M. COELHO (São Paulo, SP)

“Às vésperas da 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (17 a 20 de agosto), é oportuna a publicação do excelente artigo do doutor Aníbal Faúndes. No marco de um Estado laico, constitucionalmente garantido e publicamente assumido por este governo, as mulheres brasileiras não esperam outra coisa nesta conferência senão o compromisso do governo com ações políticas que dêem efetiva continuidade, junto ao Congresso Nacional, ao projeto de descriminalização e legalização do aborto, elaborado originalmente por uma comissão tripartite, nos termos das diretrizes do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres oriundo da 1ª Conferência em 2004.“


VALÉRIA PANDJIARJIAN, Cladem -Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (São Paulo, SP)

08/08

“Parabéns à Folha pela publicação do excelente artigo do doutor Aníbal Faúndes (“Por um novo consenso sobre o aborto“, “Tendências/Debates“, 7/8), que mostra como é inadiável que se busque adequar à realidade atual o debate em torno da questão do aborto.

A criminalização nunca impediu que abortos fossem feitos e que muitas mulheres, na maioria jovens e pobres, morressem por não terem acesso a meios seguros de interromper uma gravidez.

É preciso debater o assunto como uma questão de saúde pública e de justiça social, e não como uma questão de polícia ou de religião.“


MARISA SANEMATSU (São Paulo, SP)


“No artigo publicado ontem, uma vez mais o doutor Aníbal Faúndes traz uma contribuição excepcional ao debate sobre legalização do aborto no Brasil. Entre outros aspectos a serem sublinhados, suas reflexões são balizadas por muitas décadas de experiência clínica direta e solidária com mulheres que experimentam o dilema da gravidez indesejada ou a situação ainda mais dramática do aborto realizado em condições inseguras.

A realidade brasileira seria muito diferente se a maioria dos profissionais que atuam em saúde sexual e reprodutiva compartilhasse dessa mesma perspectiva.“


SONIA CORRÊA, pesquisadora associada da ABIA -Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Rio de Janeiro, RJ)

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