O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), lançaram nesta quarta-feira (14) o primeiro edital para exploração comercial de madeira em uma floresta pública na Amazônia. A área concedida é a Floresta Nacional do Jamari (RO), que soma 96 mil hectares.
O MMA usa como argumento para a concessão, o objetivo de evitar o desmatamento e a grilagem de terras. Para o pesquisador em ecologia e manejos naturais da Universidade Federal do Acre (Ufac), Elder Andrade, os argumentos do MMA são falsos e o governo na verdade está privatizando algo público.“Trata-se efetivamente da privatização das florestas públicas e o que é mais dramático nessa história é o argumento de que entregando para o madeireiro a floresta será preservada. Eu não sei quem pode acreditar em algo dessa natureza, porque a indústria madeireira, seja ela a pequena ou a grande, ela tem se caracterizado pela fraude”.
O pesquisador também discorda do fato de que a privatização incentivaria a geração sustentável de renda e empregos nas comunidades situadas na Floresta do Jamari.“A alegada função social no sentido de gerar empregos também não é verdadeira porque as máquinas utilizadas pelas grandes empresas são importadas e o uso de mão de obra é muito pequeno”. Quem vencer a licitação terá o direito de explorar a área por até 40 anos, com lucros estimados de R$ 450 mil por ano e por hectare. O Serviço Florestal estima que 13 milhões de hectares de florestas serão privatizados nos próximos dez anos.
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