quarta-feira, 21 de novembro de 2007

De quem é mesmo a Petrobrás?

10/11/2007
Fonte: Migalhas
Comentário Federalista

"Os fatos, desta vez, deram-lhe razão (a Monteiro Lobato). Existe o petróleo. Resta saber, e o grande escritor morreu antes que pudesse observá-lo, resta saber se o cobiçado líquido brindará os brasileiros com uma vida decente, ou fará do país outra Venezuela, onde, há um quarto do século, se põe fora, sem proveito para o povo, a maior fartura petrolífera da América Latina."

Eduardo Frieiro (1889-1982),
in "O Elmo de Mambrino"

Descoberta

A Petrobras anunciou ontem, em águas ultraprofundas da Bacia de Santos, a descoberta de um megacampo de petróleo, batizado de Tupi, que elevará em mais de 50% as reservas do Brasil.

Rumores

Há quem diga que a "descoberta" da Petrobras é jogada contra a Bolívia (acontece, por acaso, nas vésperas da ida de Lula ao país vizinho), uma vez que a reserva há muito já seria conhecida, e o custo inviabiliza, por enquanto, a prospecção. Aguardemos os próximos lances. www.migalhas.com.br

Comentário Federalista

Muito bem observado pelo editorial do diário eletrônico do meio jurídico denominada Migalhas, os resultados econômicos da Petrobrás certamente conseguem manter boa parte da população aprovando a sua manutenção como estatal, como patrimônio público. Ou do Povo. Isso seria verdadeiro se você, caro brasileiro, pudesse passar no posto da “sua Petrobrás” e abastecer gratuitamente o seu carro. Bem, todos sabem que a gasolina brasileira é uma das mais caras do mundo, se comparada com os preços de outras.

É óbvio que não se deve subsidiar nada. Mas a Petrobrás nem pensa em fazer isso, ao contrário, cobra bem mais do que deveria. Seu planejamento está focado há vários anos com base em US$ 35,00 por barril, portanto, qualquer valor acima disso é excedente, afinal o barril beira os US$ 100,00. Contudo, é certo que se o mercado brasileiro fosse aberto à livre competição com combustível de qualquer bandeira que quisesse vender aqui, sem ter que passar pela estatal brasileira, teríamos preços bem mais baixos, levando-se em conta, é claro, com uma tributação justa e não extorsiva.

Esse cenário só será possível com a privatização horizontal da Petrobrás. Sabemos que falar nisso ainda agora com a descoberta desse novo reservatório, ainda inalcançável pela tecnologia atual – serão necessários alguns anos de investimentos pesados para superar tecnologicamente os 6 km que separam o petróleo da superfície – pode ser levado a mal por muitos brasileiros que ainda não entenderam que o petróleo, para ser nosso, deve ser privado, e não instrumento de manipulação do Estado. Essa manipulação ocorre em todos os sentidos, desde a politica, até a financeira, servindo como grande sorvedouro de mais dinheiro do público. Mesmo a Petrobrás já tendo bom volume de ações ordinárias e preferenciais circulando no mercado, sendo responsável por ate 1/3 do volume de operações em dinheiro na Bovespa.

Diante da proposta “insolente” que este editorial faz, ficam os elementos para reflexão em busca de uma conclusão racional. Os EUA não tem estatal de petróleo, a Inglaterra privatizou a sua British Petroleum, enquanto a Venezuela usa o petróleo para escravizar seu povo. E nós, pagamos caro pelo que “é nosso”.

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