quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A fraude do próximo 2 de dezembro na Venezuela

por Diario América
24 de novembro de 2007
http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=6194&language=pt
Tradução: Graça Salgueiro




Resumo: Diante dos fatos envolvidos no próximo referendo, é inquestionável que para a Venezuela o voto não é uma opção.

© 2007 MidiaSemMascara.org

Na Venezuela, o sufrágio com máquinas de votação e-vote foi adotado em 2004. Esse ano o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) concedeu judicialmente o contrato do sistema eletrônico de votação à nova empresa SMARTMATIC que, sem nenhuma prova experimental, se utilizou no Referendum Revocatório (RR). Desde aquele ano os processos eleitorais deixaram de ser propriedade do povo venezuelano e passaram a ser patrimônio de uma empresa do “império”, a SMARTMATIC, e do governo “revolucionário”. Lamentavelmente para a Venezuela, duas visões analisadas relacionadas com a opção do voto, só concluem em suicídio e crime, como se depreende da análise na continuação.

1. Por uma parte, o convite ao suicídio que significa ir votar:

SMARTMATIC: executora da fraude eletrônica

A presidenta da Cosa Nostra Eleitoral (CNE), reitora Tibisay Lucena, informou que as provas de automatização para o referendum do 2 de dezembro foram exitosas. Provas similares foram realizadas para as eleições presidenciais de 2006. Ao concluí-las, o CNE informou que: “O simulacro funcionou 99%”, e foi realizado em “52 centros experimentais e 5.000 centros de votação”, e que “o tempo médio de votação foi estimado entre dois e três minutos” (1).

Nessa declaração os reitores do CNE estabeleceram de antemão o máximo de eleitores que podiam votar na eleição presidencial. Apoiando-nos nessa informação, podemos demonstrar com um simples cálculo a fraude executada pela SMARTMATIC nessas eleições. Em benefício do próprio CNE, cruzemos o tempo médio de votação de 2 minutos com os dados restantes:

32.331 máquinas utilizadas. Tempo total de votação: desde as 6:30 am até as 4:30 pm. Quer dizer, 10 horas = 600 minutos. Uma média de 300 votantes por máquina (a cada 2 minutos vota um eleitor em cada máquina: 600/2 = 300). O resultado é um total máximo de 9.699.300 eleitores (300 x 32.300), cifra inferior em 2.091.097 ao total de votantes do 3D que, segundo o CNE, foi de 11.790.397 eleitores.

A conclusão é que essa sobra é de votos virtuais fabricados pela SMARTMATIC. A cifra real deve ser muito maior, se considerarmos que o tempo médio de dois minutos por votante é bastante irreal.

A abstenção impediu a fraude eletrônica em 2005

As pessoas têm razão em desconfiar do sistema eletrônico de votação e agora a coisa é pior, porque a transmissão de votos virtuais terá luz verde com a nacionalizada CANTV*. De todo modo, Chávez e seus aliados “colaboracionistas” não a têm tão fácil, pois necessitam de muita gente nas filas votando. Só assim a SMARTMATIC poderá materializar a fraude, como é fácil comprovar com os dados das eleições parlamentares do 4 de dezembro de 2005.

Foi a gigantesca abstenção que impediu que se perpetrasse a fraude eletrônica, porque a fraude pré-eleitoral já a haviam consumado as empresas pesquisadoras fantasmas do ex-vice-presidente Rangel, a NORTH AMERICAN OPINION RESEARCH (NAOR) e o IVAD, quando “estimavam” que “78% dos consultados vão votar nas próximas eleições” (2) e “88,2% rechaça o chamado abstencionista” (El Nacional 2 de outubro de 2005, pág. A-2).

A fraude de vencedores do 2 de dezembro em andamento

A fraude pré-eleitoral está em pleno desenvolvimento. Por um lado, o CNE difundiu até não mais poder a escandalosa mentira de que as máquinas de votação funcionam perfeitamente e, por outro lado, as empresas pesquisadoras, reais ou fantasmas, que trabalham para o governo (IVAD, DATANALISIS, VENEOPSA e NAOR) já notificaram a opinião pública nacional e internacional, através de suas falsas sondagens, que o “Sim” é maioria.

A mesa está servida então, para que no vindouro 2 de dezembro a senhora Lucena anuncie que 76% do eleitorado votou, como diz o ex-vice-presidente Rangel (3) e que o “Sim” obteve 70%, como predisse Chávez em Margarita. Ninguém poderá se surpreender nesse momento porque se dirá que esses eram exatamente os prognósticos da pesquisadora IVAD (Instituto Venezuelano de Adulteração de Dados).

Isto equivale em números absolutos a 12.243.345 eleitores e 8.570.341 votos para o “Sim”. O problema é que o CNE disse que se usarão 32.939 máquinas de votação e, supondo que cada eleitor gaste em média 2 minutos votando (situação irreal porque supõe que não há atrasos por nenhum motivo, todas as mesas se instalam e fecham-se na mesma hora, ninguém comete erros, ninguém pede informação ou assistência, e todas as máquinas funcionam sem problemas).

Isso significa que, entre as 6:30 am e as 4:30 pm, só poderia votar um máximo de 9.881.700 pessoas. Quer dizer que, de cara, a SMARTMATIC já está agregando 2.361.645 eleitores virtuais. Certamente os votantes virtuais serão muitíssimos mais.

O exit poll de Evans McDonough

A fraude pré-eleitoral será coroada em 2 de dezembro com um exit poll pré-fabricado que assumirá a mercenária empresa de pesquisas do “império” Evans McDonough, contratadora de CITGO e que a TELESUR divulgará: 76% de participação e 70% de respaldo para o Sim”.

Será repetido o roteiro do Referendum Revocatório e das eleições presidenciais. Em ambos os casos o governo, o CNE e Mister Carter justificaram os resultados eleitorais argumentando que coincidiam com supostas sondagens de boca-de-urna, exit polls, realizados pela Evans. Porém, isto também é parte do roteiro da fraude.

O Diario de América, com o objetivo de oferecer a melhor informação a seus leitores em matéria de pesquisadoras, tomou como fontes especialistas, entre outros, da estatura de Baldomero Vásquez Soto, economista venezuelano graduado na Universidade Zulia, cidade de Maracaibo.

Trabalhos extraordinários, alguns realizados conjuntamente com a Doutora Celina Añez Méndez, permitem alertar que o povo venezuelano cometerá um suicídio se menosprezar a inexistência das garantias que o organismo eleitoral venezuelano, o CNE, oferece, dos quais baseamos a série de provas relevantes que estamos apresentando.

Investigações anteriores realizadas pelos profissionais citados, puderam demonstar que as cifras publicadas pela Evans em sua página web sobre o exit poll de dezembro passado eram manipuladas, e as do RR nunca foram publicadas porque simplesmente eram outra mentira (4).

O xeque-mate dos Observadores Internacionais

Finalmente, os observadores internacionais como o Centro Carter e a União Européia interessadamente vêm ao país para respaldar o governo de Chávez e para legitimar as máquinas de votar que seus países decidiram abandonar. Por exemplo, é uma incrível contradição que o Ministro do Interior da Itália, Giuliano Amato, em novembro de 2006 descartasse o voto eletrônico em seu país e, dias depois, a deputada italiana Monica Frassoni, Presidente da Missão de Observadores Eleitorais da União Européia, venha à Venezuela para avalizar o voto eletrônico: “O sistema automatizado de voto implantado na Venezuela é eficaz, seguro e auditável” (Informe Final MOE-UE Eleição Presidencial Venezuela 2006, pág. 5) (5).

Concluindo, os venezuelanos deverão rechaçar o convite ao suicídio que significa ir votar com o sistema eletrônico fraudulento da SMARTMATIC e do CNE. Assim, se deixaria em evidência que dos 7,3 milhões de votos que o CNE declarou judicialmente a Chávez em dezembro passado, não existe nem a metade.

2. Por outro lado, a significação do chamado ao voto:


Um crime não se submete à votação

Em uma democracia, é natural que as decisões sejam tomadas conforme a opinião da maioria, expressada através do voto universal e secreto. Entretanto, há certos princípios que não podem submeter-se a eleições, quer seja porque se trate de direitos inalienáveis quer seja por valores transcendentes.

Um crime, por exemplo – segundo
Fuerza Solidaria, outra das fontes credenciadas para consulta pelo Diario de América -, não depende da opinião de uma minoria ou inclusive da maioria. Um crime é um delito e ponto. Deve-se impedi-lo, se não se cometeu, ou castigar-se se já foi cometido. Do contrário, não haveria parâmetros para viver em sociedade. O mundo seria uma selva.

A reforma constitucional que Chávez propõe é um crime de Lesa-Pátria porque destrói a Venezuela que conhecemos, para convertê-la em um Estado socialista, à imagem e semelhança de Cuba.


Também é um crime de Lesa-Humanidade porque viola direitos humanos inalienáveis, como os direitos a viver em pluralismo, ou ao devido processo e a estar informado em situações de emergência.

Finalmente, é um golpe à atual Constituição porque pretende reformá-la mediante mecanismos explicitamente proibidos na Carta Magna.

Os que chamam a votar – quer seja a favor ou contra – no referendum de 2 de dezembro, e os que participem de qualquer maneira desse processo, serão cúmplices de crimes que, por sua gravidade, não prescrevem com o passar do tempo. Ademais, não ganham nada porque o CNE comete fraude eleitoral, como bem documentaram os conotados cientistas pertencentes à associação “Venezolanos por la Transparencia Electoral” (6).

Desta maneira, depois da relação dos fatos, a partir destas duas perspectivas, é inquestionável que para a Venezuela o voto não é uma opção. A única alternativa “honesta e patriótica” é impedir que se leve a cabo o referendum, mediante ações de rua massivas, simultâneas e generalizadas (7).

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Fonte:
http://www.diariodeamerica.com/front_nota_detalle.php?id_noticia=2611

Em 2 de dezembro se decreta a guerra civil na Venezuela

Tradução: Graça Salgueiro
Durante 9 longos anos, o povo venezuelano tratou de explicar a Chávez, de todas as formas pacíficas possíveis, que não quer imitar o modelo cubano. Mediante denúncias, julgamentos, marchas, referendos, eleições e demais expressões democráticas da vontade popular, os venezuelanos se manifestaram contra a cubanização. Em resposta, e valendo-se da Assembléia Constituinte, Chávez assumiu o controle de todos os poderes públicos, particularmente o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), cometendo fraude reiteradamente.

No editorial passado, A fraude do próximo dia 2 de dezembro na Venezuela, o Diario América destacou que lamentavelmente para a Venezuela, a opção do voto só poderia terminar em suicídio ou crime. Hugo Chávez tem impedido que a opinião da maioria seja respeitada.

Porém, desta vez o tenente-coronel golpista foi longe demais, propondo uma reforma constitucional (ou melhor, uma nova Carta Magna) que converte a Venezuela numa nova Cuba, contra a vontade da imensa maioria dos cidadãos. Pouco importa a Chávez que a reforma seja um golpe de Estado, como o denunciaram desde todos os setores. Do mesmo modo, pensa em impô-la de maneira irresponsável mediante um referendo no próximo domingo 2 de dezembro, no qual se cometerá, mais uma vez, uma fraude descomunal.

Tudo indica que o povo venezuelano não ficará tranqüilamente em suas casas, aceitando submissamente a escravidão, mas que haverá uma reação incalculável, não só dentro do setor civil como também no setor militar, que rechaça a destruição das Forças Armadas, para convertê-las em uma guarda pretoriana do Regime.

Não faltarão líderes opositores colaboracionistas dentro dos partidos Primero Justicia e Un Nuevo Tiempo, que sairão apressadamente a reconhecer a vitória de Chávez no referendo, para frear o protesto popular, porém eles já carecem de credibilidade e de capacidade de mobilização. Cada venezuelano seguirá sua própria consciência e não o chamado dos dirigentes.

Chávez está consciente da reação popular e no domingo passado, em seu costumeiro programa “Alô Presidente”, ele chamou publicamente seus seguidores, civis e militares, a afogar o protesto com sangue, como o fez em 11 de abril de 2002.

Do mesmo modo, desde o Diario de América temos vindo advertindo; é necessário destacar a reflexão do dirigente opositor Alejandro Peña Esclusa, no chamado que ele faz neste vídeo. O homem que tem dedicado sua atuação política a devolver aos venezuelanos sua identidade histórica: “Venezuela, Terra de Graça”, essa será minha consigna. “Venezuela, país de Libertadores”. “Venezuela, país abençoado, beleza sem igual, com habitantes generosos, valentes, alegres, carinhosos”.

Tristemente, a situação se assemelha à que a Espanha viveu em 1936, pouco antes do estouro da guerra civil. Em 16 de fevereiro desse ano, realizaram-se umas eleições fraudulentas. O país estava perigosamente polarizado, pela intenção do governo de Manuel Azaña de impor um modelo comunista, contra a opinião de metade do país.

Três dias antes das eleições, José Calvo Sotelo, líder do Bloco Nacional, pronunciou um discurso repudiando as eleições: “A revolução não se bate nas urnas”, disse, acrescentando que “a obediência é a contrapartida da legalidade. E quando falta a legalidade, em desserviço à pátria, sobra a obediência”. Sob o título “Metade da nação não se resigna em morrer”, o diário católico “El Debate” reproduzia em 16 de abril de 1936 as palavras pronunciadas no dia anterior no Congresso, pelo deputado direitista José María Gil Robles:

“Uma massa considerável de opinião que é, pelo menos, a metade da nação, não se resigna a morrer implacavelmente: lhes asseguro. Se não pode se defender por um caminho, se defenderá por outro. Frente à violência que desde lá se propugne surgirá a violência por outro lado, e o poder público terá o triste papel de mero espectador de uma contenda cidadã na qual se vai arruinar, material e espiritualmente, a nação”.

Com efeito, ante o assassinato de Calvo Sotelo, cometido em 13 de julho pelo oficialismo, começava a guerra civil.

O estado psicopático de Chávez o impede de ver a realidade. Em apenas duas semanas, o Mestre da Provocação foi silenciado pelo rei Juan Carlos, repreendido pela OPEP, suspendido em seu papel de mediador com as FARC e criticado por Bachelet, porém está enceguecido pela soberba e pela bajulação de seus seguidores, incapazes de chamá-lo à prudência.

O tenente-coronel golpista não quer retirar a proposta de reforna e isso ele levará até o fim, porém a custa de gravíssimas perdas humanas e materiais.

Por sua parte, a comunidade internacional deve estar muito consciente para não se deixar enganar, como o fez em 11 de abril de 2002. Nessa oportunidade não houve um golpe de Estado, senão um terrível massacre, astutamente encoberto com a propaganda sobre o golpe.

Desta vez, não devemos acreditar em Chávez quando exclame que é vítima de um golpe. Ele, e somente ele, é o responsável pela tragédia que se avizinha na Venezuela.


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