sexta-feira, 28 de setembro de 2007

NOTÍCIAS INFOMIX - 2006

Irmão de José Genoíno é excluído do processo do dólar na cueca

2006

Um ano e três dias depois, o caso dos dólares na cueca continua sem solução. Pior: o desembargador federal Napoleão Nunes Maia, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, concedeu liminares retirando do processo o deputado estadual cearense José Nobre Guimarães (PT), irmão do ex-presidente nacional do PT, José Genoino, mais quatro diretores e o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith. Em 8 de julho do ano passado, o então assessor parlamentar de José Nobre Guimarães, Adalberto Vieira, foi preso no aeroporto de Congonhas (SP), tentando embarcar com R$ 209 mil em uma bolsa de mão e mais US$ 100 mil escondidos na cueca. Márcio Torres, procurador da República, autor da ação de improbidade, relacionou o dinheiro ao pagamento de propina pela facilitação de um empréstimo concedido pelo BNB ao Consórcio Sistema de Transmissão do Nordeste (STN), responsável pela construção de uma linha de energia entre as cidades de Teresina, Sobral e Fortaleza. Também foram retiradas do processo as empresas Enphase Projeto de Investimento e Consultoria e Alusa, sócia majoritária do Consórcio STN. Com as decisões, deixam de ser considerados réus na ação o deputado petista José Nobre Guimarães; os diretores do BNB, Cláudio Vasconcelos Frota, Francisco de Assis Germano de Arruda, Luiz Ethevaldo de Albuquerque Guimarães e Vitor Samuel Cavalcante da Ponte; o presidente do banco, Roberto Smith, e as empresas citadas. O dinheiro continua apreendido. Adalbert Vieira, o petista conhecido como "Homem dos Dólares na Cueca", que mora em Aracati, litoral leste cearense, aguarda o processo em liberdade. José Nobre Guimarães concorre à reeleição em outubro. Seu irmão, José Genoino, que foi obrigado a renunciar à presidência do PT no dia seguinte ao escândalo, (e que foi um dos chefes do esquema de corrupção montado pelo PT para comprar apoios políticos de parlamentares e partidos para o governo Lula, conforme denúncia do Procurador-Geral da República, também concorre a uma vaga de deputado federal por São Paulo.

Senado aprova Orçamento impositivo
2006
O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira, em primeiro turno, com 56 votos favoráveis e apenas um contra, a proposta de emenda constitucional nº 22, de 2002, de autoria do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que institui o orçamento impositivo, ou seja, obriga o Executivo a respeitar a programação constante da lei orçamentária anual aprovada pelo Congresso Nacional.Os parlamentares acreditam que haverá maior transparência e respeito em relação ao orçamento por parte do Executivo. Dezessete senadores apoiaram em pronunciamentos, durante a votação, a proposta de emenda à Constituição (PEC 22/2000) que estabelece o orçamento impositivo. Muitos sustentaram que a mudança valoriza o Congresso Nacional e pode acabar com o "orçamento fictício" que todo ano os deputados federais e senadores aprovam. Isso também se repete nos Estados e nos municípios brasileiros, fazendo com que a vontade popular seja tratada como lixo descartável. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) recebeu muitos elogios pela iniciativa de apresentar a PEC. Alvaro Dias (PSDB-PR) chegou a afirmar que a alteração, se for aprovada também pelos deputados, significará o fim da era em que o governo contingencia verbas para trocar depois sua liberação por votos de congressistas.

Superávit = imposto + contribuição

2006

Por Paulo César de Souza

Vice-presidente da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social

Quando o governo fala em superávit primário, esquece de dizer de onde vem toda a dinheirama que sobra. De janeiro a abril, o resultado acumulado foi de R$ 29 bilhões, grande parte da arrecadação de impostos e contribuições (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Na Previdência Social, agora a arrecadação vai para a vala comum, o caixa único, ou seja, para os cofres do governo, passando a compor o superávit primário. O dinheiro do aposentado tem hora para ir, mas não tem hora para voltar. Enquanto o governo do PT tirou do INSS o direito de fiscalizar, arrecadar, cobrar e controlar sua arrecadação — o que ocorria havia 83 anos —, foram colocados no Ministério da Previdência dois fantoches, um como ministro e outro como secretário executivo. O ministro ainda tem a desculpa de não ser funcionário da Previdência Social. Veio só para levar o dinheiro para a Fazenda, o que faz dormindo em pé, apoiando a criação da famigerada Super-Receita (Receitão), que não arrecadou um tostão a mais para o INSS. Manteve a sonegação de 40% da Receita, favorecendo os caloteiros que continuam se apropriando inclusive do dinheiro que descontam os empregados e não recolhem. No caso do secretário executivo, servidor da Previdência, nada fez para a incorporação dos 40 milhões de informais, melhoria do atendimento com diminuição das filas, recuperação dos sistemas, programas, máquinas da informática, na Dataprev, INSS e MPS, foco de ações suspeitas da camarilha petista; recomposição dos quadros de servidores, já que 4 mil temporários foram embora, 11 mil se aposentaram ou se demitiram, mais de 2 mil dos novos concursados abandonaram o emprego em razão dos baixos salários (há unidades com um servidor); valorização dos servidores com salários dignos e remuneradores (movimentamos mais de 22 milhões de processos/ano, com altíssima produtividade) e não superestimar a gratificação de desempenho, que não mede desempenho algum; substituição total dos peritos concursados; criação de nova carreira de fiscal para fiscalizar empresas que se beneficiam de renúncias contributivas e não cumprem a contrapartida exigida em lei específica; cobrar e colocar na cadeia os caloteiros, aumentando o número de procuradores (o TCU há um ano pediu 400 novos procuradores, e nada); visitação das unidades para sentir de perto o drama dos segurados, beneficiários trabalhando sem as mínimas condições de trabalho, com prédios que, se fiscalizados pelo Crea, bombeiros ou Defesa Civil, seriam interditados; levantamento do que foi feito com quiosques e unidades móveis implantados pelo ex-ministro Waldeck Ornelas. Enfim, deixaria de viajar todo fim de semana com fins políticos para São Paulo, com diária, e realizaria menos reuniões com empresários, atenderia os servidores e as entidades de classe que podem apresentar propostas para tirar a Previdência do buraco em que o PT a meteu. O mais significativo é que o secretário está marginalizado do foco das ações principais do ministério, que visam manter o fator previdenciário, que retardou, achatou e reduziu o valor dos benefícios, prejudicando mais quase 3 milhões de segurados; reduzir a cinco salários o teto de benefícios para os 30,8 milhões de segurados, o que é uma vilania digna do estado de corrupção e impunidade; travar a concessão de auxílio-doença e o salário maternidade; ampliar a concessão de benefícios sem a contribuição, inclusive para mãe disso e daquilo, dona-de-casa, empregado doméstico etc; levar todos os atuais 23,9 milhões de beneficiários para o salário mínimo, não concedendo reajustes para os que recebem acima do mínimo; retardar por todos os meios o pagamento dos passivos; estimular a venda de planos privados de previdência. Deram para tomar conta de uma tartaruga e ela fugiu.

Lula torrou meio bilhão na indústria de invasões

Eduardo Graeff (18/06/06)
fonte
http://www.e-agora.org.br/

O que o texto d'O Globo descreve como "uma desafiadora contradição", o título da matéria explica com simplicidade cartesiana: "Mais verbas, mais invasões". Simples assim: Lula repassou, até agora, R$ 549 milhões a ONG's ligadas à reforma agrária (leia-se, ligadas ao MST e assemelhados). E o que colheu não foi nenhum avanço significativo na reforma agrária, mas um aumento espetacular das invasões de terras e da violência no campo. Nenhuma contradição aí. O negócio desses movimentos e de seus aliados petistas não é reforma alguma, mas a revolução. O que não impede Lula, com o "caráter" que alguém lhe deu, de continuar se apresentando ao mundo como o grande negociador/pacificador dos conflitos sociais.

O Globo (18/06/06) clipping

Por meio das suas missões, Hugo Chávez impõe seu populismo autoritário e benevolente à Venezuela

Le Monde - 12/07/2006

Por Michel Faure

Você pode explicar o que quiser para Francisco Perez: que a democracia está definhando, que o país está se militarizando, que o sonho bolivariano é uma quimera, que ele é a máscara de um novo imperialismo, que o setor privado está morrendo e que a dívida externa está explodindo, pouco importa... Hugo Chávez é o presidente que o povo tanto esperava.Tudo o que este quadragenário deseja é que a revolução seja eterna, conforme, aliás, foi prometido pelo chefe do Estado em pessoa: "A Venezuela mudou; e não foi por um dia ou um ano apenas que ele mudou, e sim para sempre. Não existe caminho de volta, não existe marcha-ré, nós saímos das catacumbas".
A vida de Francisco Perez não é nem um pouco fácil. Aos 45 anos, ele é preparador químico durante o dia e motorista de táxi de noite. Esta profissão é perigosa em Maracaibo, porque é fácil ser assassinado por alguns bolívares. Mas, por meio desses dois empregos ele pode alimentar sua família. Agora, ele vai precisar de óculos, uma vez que a sua visão começou a diminuir. Ele se dá por satisfeito com o fato de que o seu bem-amado presidente, com a ajuda do não menos venerado camarada Fidel Castro, tenha instalado um bom número de centros de saúde e isso, até mesmo nos bairros os mais remotos da cidade.
Esta realização foi fruto de uma das "missões" do governo, a qual tem por nome Barrio Adentro (Bairro Adentro). Desde a implantação desta "missão", a população conta com uma rede nacional de centros de diagnósticos e de primeiros-socorros gratuitos, que também fornece gratuitamente os medicamentos. O governo quer instalar esses dispensários a razão de "um para cerca de 250 famílias, por todo o país", explica Marilin Villalobos, uma jovem integrante da administração encarregado de desenvolver as "missões" em Maracaibo.
Os médicos do dispensário são cubanos e lamentam muito por não poder falar, mas estas são as instruções que eles receberam. "Em certos casos, a nossa presença é mal interpretada e suscita polêmicas". Portanto, foi-lhes proibido responder a perguntas de jornalistas e até mesmo deixar-se fotografar. A esses dispensários de bairros foi acrescentada uma nova missão, intitulada Barrio Adentro 2, que agrupa laboratórios de análises e de diagnósticos avançados. Eles são dotados de equipamentos de ultra-sonografia e de radiologia, e possuem serviços de emergências, uma frota de ambulâncias, salas de cirurgia e centros de alta tecnologia médica.
Só na província de Zulia, da qual Maracaibo é a capital e que conta 2,4 milhões de habitantes, já foram instalados 63 centros de diagnósticos avançados, 15 blocos cirúrgicos e 3 laboratórios de alto nível. Com isso, em menos de três anos, uma nova rede de saúde pública surgiu do nada: Chávez criou essas "missões" em 2003, as quais têm por objetivo "aprofundar a revolução bolivariana e consolidar a democracia social participativa (...) de modo a ressarcir o povo da imensa dívida social, causada por décadas de capitalismo selvagem", segundo explicou o chefe do Estado.
Uma farmacêutica de Maracaibo, cuja oficina não fica longe da Praça da República, suspira: "Para nós, assim como para os médicos da iniciativa privada, os dispensários da missão Barrio Adentro constituem uma concorrência terrível". Em caso algum, afirma Francisco Perez, é cobrada qualquer despesa do paciente, e nem mesmo qualquer justificativa do seu nível de renda. Antes da implantação dos dispensários, prossegue, ele teria ficado assim mesmo, com problemas para enxergar, e continuaria "a dirigir seu táxi em meio a uma neblina".Anteriormente, consultar um oftalmologista e então procurar um opticista para comprar um par de óculos de graus teria sido impensável. Até mesmo no hospital público, explica Perez, "essas providências teriam sido difíceis de conseguir, uma vez que há muita gente neste caso, poucos médicos e que os óculos não teriam sido gratuitos. No passado, nós os pobres pertencíamos à classe dos esquecidos. Podíamos até morrer, ninguém se preocupava com isso. Agora, com o presidente Chávez, as coisas ficaram diferentes".
Pobres e ricos podem se fazer examinar gratuitamente num dispensário do seu bairro, fazer análises, submeter-se a uma intervenção cirúrgica, e então voltar para casa com os medicamentos dos quais eles precisam, sem contudo precisarem desembolsar um único bolívar sequer. Eles podem até mesmo ir para Cuba para serem operados da catarata ou de qualquer outra patologia ocular, isso no quadro de uma outra "missão" chamada de "Milagro" ("Milagre"). "Vamos em frente, rumo ao novo socialismo!", proclama Chávez.
Até mesmo Javier Muñoz, um deputado na assembléia regional da província de Zulia e um opositor notório de Chávez, reconhece que já não era sem tempo que alguém se encarregue finalmente de proporcionar a alfabetização e o acesso aos cuidados médicos para os pobres, "essa classe dos excluídos que desempenhou o papel de uma falha tectônica que sacudiu nossas instituições". Ele acrescenta: "Essas missões, tudo bem, vamos admitir; é verdade que as pessoas estão contentes".Ele avança mais um pouco no seu raciocínio quando afirma que o sistema político havia alcançado um nível de deterioração tão avançado que "se Chávez não tivesse aparecido, teria sido preciso inventá-lo".
Qualquer semelhança com o que vemos acontecer aqui no Brasil, onde o Governo parece estar conivente com a criação acelerada do caos, para, depois, aparecer como o grande salvador, não é mera coincidência.
Ainda assim, sugere Muñoz, "vale examinar de perto o que está acontecendo neste país. Apesar de todos esses programas de assistência, a pobreza segue aumentando, o desemprego também, enquanto o número de empresas está diminuindo e que os investimentos são cada vez mais raros. O populismo autoritário e benevolente, que é sem dúvida a melhor definição do 'chavismo', é um fracasso total. Por si só, a política social não pode constituir uma política de desenvolvimento".Contudo, Maracaibo teria tudo para ser uma cidade próspera: na sua orla é bombeada a maior parte dos cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo bruto produzidos diariamente pela Venezuela. É uma cidade imensa e desolada onde a miséria transnuda sob um sol implacável.
O antigo centro, perto do porto, está tomado por vendedores ambulantes. A baía está invadida por uma alga verde e fedorenta que mata os peixes. Amplas avenidas atravessam a paisagem, por onde transitam táxis coletivos - os quais, na maioria, são velhos carros americanos escangalhados dos anos 70. Grandes conjuntos habitacionais decrépitos e algumas residências mais elegantes, todas elas vigiadas por um esquema de segurança digno de Fort Knox (fortaleza que abriga a reserva de ouro dos Estados Unidos), são as principais construções neste horizonte plano de ruas beiradas por casas pobres e pracinhas tão tristes quanto terrenos baldios.Alguns quarteirões em volta da Praça da República dão a ilusão de uma metrópole. Alguns "fast-foods" iluminados com néon, um ou dois terraços invadidos pelos pernilongos, um jardim público bem cuidado e um restaurante no bar do qual domina uma enorme telão de televisão, no qual a clientela assiste a vídeos de partidas de baseball reprisados o dia inteiro, resumem aquilo que pode ser considerado como o centro animado da cidade.
O deputado Muñoz continua: "O que podemos fazer, nós da oposição?, indaga. "Nós estamos diante de uma ditadura constitucional. Chávez ascendeu ao poder já faz oito anos agora, pela via democrática, e desde então ele militarizou todas as instituições. Em relação à pobreza, ele simplesmente a estatizou, e dela se apoderou por meio de todas essas missões. É claro, as pessoas estão satisfeitas por estarem assistidas, mas é preciso ir além deste clientelismo, caso quisermos desembocar num verdadeiro progresso social duradouro. Agora, no que diz respeito a todos os que atuam na oposição, nós temos o dever de ser mais criativos".
Mas, por enquanto, a criatividade da oposição está no ponto morto. Um dos eventuais candidatos dispostos a enfrentar Chávez na próxima eleição presidencial, em 3 de dezembro, é o governador de Zulia, Manuel Rosales. Ele não encontrou nada melhor do que copiar a política das missões do chefe do Estado. Assim, no seu programa, unidades móveis irão de bairro em bairro para oferecer atendimento médico e dentário gratuito para os habitantes, no quadro de um programa intitulado "Barrio a Barrio" ("De um bairro para outro"), uma resposta direta ao "Barrio Adentro".
O problema para Rosales é que ele não dispõe dos mesmos recursos que Chávez, que aloca 28% do produto interno bruto (PIB) para o financiamento dos seus programas de assistência social. Para tanto, ele tira proveito da dádiva petroleira, a qual serve de combustível para um crescimento econômico que alcançará 9% neste ano. Chávez fez dessas missões um sistema de governo. Elas substituem - e sufocam - serviços já existentes, públicos ou privados, e permitem um estreito enquadramento social, por intermédio dos "coordenadores" de bairros que constituem o embrião de uma estrutura de assistência, assim como de vigilância local. Cada cidadão torna-se um assistido, devidamente identificado, reconhecido e dependente. O Estado "bolivariano", por meio das suas missões, estende seu controle político sob as aparências de uma beneficência bem-vinda. Ele toma o lugar das instituições existentes, e isso em todos os setores que dizem respeito à vida cotidiana das pessoas.
"Barrio Adentro" não é a única "missão bolivariana", nem a saúde é o único setor que o governo escolheu para intervir. A alfabetização, com a "missão Robinson 1" que foi lançada em junho de 2003, proporcionou a aprendizagem da leitura a 1,3 milhão de venezuelanos adultos no espaço de um ano, graças à participação de 100.000 educadores voluntários que atuam sob a direção de 70 especialistas cubanos. A "missão Robinson 2" tem por objetivo de dar prosseguimento à educação gratuita das populações alfabetizadas, e a sua meta é de permitir-lhes alcançarem o nível de conclusão do ciclo da escola primária em dois anos. A "missão Ribas", lançada em novembro de 2003, oferece a qualquer pessoa que não tenha concluído seus estudos no ensino médio a possibilidade de retomá-los para concluir sua formação em dois anos. A "missão Sucre" vem coroar o dispositivo, abrindo o ensino superior para as pessoas que a ele não tiveram acesso. Ela oferece cursos à distância elaborados pela "Universidade Bolivariana da Venezuela".
Vale assinalar também a existência da "missão Habitat", que se destina a oferecer um teto a todo cidadão na necessidade, e a "missão Zamora", dedicada à reforma agrária, a qual é sacramentada pela Constituição. Esta última reconhece o direito à propriedade da terra para os camponeses pobres, declara "contrárias ao interesse social" as grandes propriedades agrícolas e impõe ao Estado o dever de realizar uma "reforme integral". Os funcionários que atuam na missão Zamora organizam não só a redistribuição das terras, como eles também fornecem sementes e máquinas aos agricultores, e lhes ensinam as técnicas e os conhecimentos dos quais a grande maioria é totalmente carente.
Não devemos nos esquecer, por fim, da "missão Mercal", que implantou mais de 2.000 pontos de venda pelo país afora. O seu objetivo é "de combater a fome por meio da comercialização e da venda direta de alimentos básicos a preços solidários". Os "Mercal" são destinados a todos aqueles que não têm condições nem recursos suficientes.Um sistema como este é ao mesmo tempo socialmente eficaz e economicamente perverso, e não deixa de ser muito surpreendente ver um dos principais opositores de Chávez tentar reproduzi-lo numa escala menor, sem deixar, contudo, de preconizar idéias liberais.
Muñoz admite que tudo isso equivale a uma catástrofe anunciada. O que o deixa particularmente entristecido são os diplomas "baratos" que serão oferecidos pela "universidade bolivariana", a qual pretende proporcionar, no espaço de três anos apenas, uma formação universitária completa aos seus estudantes."Nós não iremos formar verdadeiros profissionais, capazes de desenvolver um espírito crítico, prontos para enfrentar a concorrência internacional, e sim soldadinhos da revolução bolivariana. Contudo, é mesmo nas universidades que o nosso futuro está sendo construído", lamenta Muñoz.
O que fazer então? Esperar pela queda do preço do petróleo, e, junto com ela, pela queda do regime de Chávez? "Eu não sei", responde este deputado. "Esperar equivale a prorrogar a agonia, mas talvez devêssemos aprender a ser pacientes".

Lembra do Marcos Valério?

Saiu no Estado de SP - 9 de julho de 2006

Um bom exemplo para que nós não esqueçamos de como as coisas funcionam por aqui...
Na crise do mensalão, ele viveu um drama familiar. Sua mulher, Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza, chegou a propor a separação. Ele costumava dizer que sua vida tinha acabado. Agora, o casal voltou às boas. Com casa reformada e protegida, Valério não parece um homem que pode ser condenado por ter protagonizado um dos maiores escândalos de corrupção da história do País.

Indiciado pelo Ministério Público Federal como gerente do braço financeiro do esquema do mensalão, o empresário Marcos Valério deixou o cabelo crescer e parece ter melhorado de vida. Terminou a reforma de sua mansão no bairro do Castelo, em Belo Horizonte, e se mudou para lá. Trata-se de uma fortaleza com muros de até cinco metros de altura, com guaritas de segurança da dimensão de uma quitinete, vedadas com vidro fumê. A mansão ocupa a metade de um quarteirão, rodeada por duas ruas nas laterais e uma na frente. O custo total da casa é estimado em R$ 10 milhões. Só a rede central de ar-condicionado, projetada para atender a um prédio de três andares, teria custado R$ 3 milhões. Pela assessoria, o empresário nega ter gastado tanto dinheiro. Assegura que não houve reforma na casa, mas pequenos reparos a um custo muito abaixo de R$ 10 milhões. "Quem quiser pagar um terço desse preço leva a casa", desafia.
Nada na vida de Marcos Valério sugere redução de patrimônio ou alteração do padrão de vida. Ele tem ainda outra casa, num condomínio fechado em Belo Horizonte. Por motivos de segurança e conforto, porém, tem optado por permanecer na mansão do Castelo. Costuma despachar no escritório do sócio e amigo Rogério Tolentino, no sexto andar de um edifício no bairro Savassi.Valério e Tolentino estão sempre juntos. Agora, eles esperam que a denúncia do Ministério Público demore a ser julgada. "Ninguém sabe ao certo, mas pode durar uns quatro anos", diz Tolentino. Daí a necessidade de manter o silêncio e não se envolver em polêmicas: "Nem eu nem o Marcos Valério vamos falar sobre o assunto".

Parlamento da Rússia autoriza ao presidente usar o exército fora do país

Fonte: PRAVDA (7/07/2006)

Uma lei que permite ao presidente da Rússia usar o exército e o serviço secreto fora do país foi aprovada por unanimidade pela Câmara alta do Parlamento russo, autorizando o chefe do Estado a utilizar as tropas ou unidades dos serviços secretos fora do território nacional "para combater actividades terroristas dirigidas contra a Rússia e os seus cidadãos". O projeto foi apresentado pela maioria na Duma que suporta o governo, sendo que o presidente russo deve solicitar a autorização do Senado para cada caso. Mas não exige pormenores sobre o lugar, duração da ação e o número de forças mobilizadas para as operações.

TCU vasculha cartões
O ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União, mesmo de férias no Ceará, analisa com lupa as auditorias realizadas em três mil das 30 mil notas fiscais que comprovam os gastos milionários com os cartões de crédito corporativos da Presidência da República. Há indícios de notas fiscais frias e até de saques em dinheiro vivo, sem prévia liquidação da despesa, como manda a Lei. O Planalto se mexe para que o escândalo dos cartões de crédito não apareça antes das eleições, mas o TCU concluirá a investigação em agosto.

Empresários pró-Lula propõem reforma trabalhista
Blog do Josias - 12/07/2006
Empresários do comitê pró-Lula reúnem-se para iniciar a elaboração de reformas que desejam ver inseridas no programa de governo do PT. Tratarão de temas polêmicos. O mais espinhoso é uma proposta de flexibilização das leis trabalhistas, com a desoneração da folha salarial e a eliminação de direitos.

O grupo chegou a congregar 30 empresários em 2002. Rearticulou-se agora com 11. O mais conhecido é Lawrense Pih, dono do maior moinho de trigo da América Latina, o Pacífico. Os empresários encontraram-se há três semanas com Ricardo Berzoini, presidente do PT. Foi quando combinaram que sugeririam reformas.
Laurence Pih, em entrevista concedida ao blog do Cláudio Humberto, disse que "é importante desonerar a folha. As contribuições sociais chegam a quase 100% dos salários. Temos também que flexibilizar a legislação. O mundo está mudando e o Brasil precisa acompanhar. Há setores, como o têxtil e o de calçados, que não são competitivos no mercado mundial e estão deixando de ser também no mercado interno. Tem país que coloca o mesmo produto aqui com qualidade boa e mais barato".

Perguntado sobre se estava se referindo à China. LP disse: "Nós temos custos que eles (os chineses) não têm. E por isso somos menos competitivos... os produtos deles estão indo para o mundo inteiro, inclusive para cá. Na área trabalhista eles são um exemplo negativo. Não têm rede de proteção social. E acho que tem que haver algum tipo de proteção".

E continua: "Todo mundo quer dar benefício para o trabalhador. Isso significa renda. Mas precisamos perguntar: vamos conseguir nos inserir no mercado mundial dessa forma? A resposta é que não estamos conseguindo. Somos exportadores de matéria prima e bens primários. Ou enfrentamos a concorrência mundial, que é impiedosa, ou garantimos direitos e privilégios. Depois, não poderemos reclamar que estamos crescendo a 3,5% 4% ao ano... Ou o Brasil enfrenta esses desafios ou fica a reboque. Tem que ter vontade política para fazer. Não depende só do Executivo, mas também do Legislativo... Tem que tributar o consumo, não a produção".
Deu pra sentir quem é que vai pagar essa conta, não é? Ou o mundo enquadra a China ou seremos todos arrastados para a escravidão ou do trabalho ou da dependência econômica.

G8 - Novas Fontes de Energia
Fonte: VEJA-ON LINE
julho 2006

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, quer discutir a importância de novas fontes de energia durante a cúpula do G8 (grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo e mais a Rússia) em São Petersburgo, no próximo fim de semana. O governo americano quer explorar novos caminhos para reduzir a dependência do petróleo, buscando alternativas como motores a hidrogênio e também desenvolvendo a energia nuclear. Bush acredita que a opção da energia nuclear é especialmente interessante para economias com forte crescimento, como Índia e China. "As economias que crescem rapidamente devem moderar seu apetite pelos combustíveis fósseis em benefício da energia nuclear. Isso é aplicável a todos os países em desenvolvimento", ressaltou. O presidente dos EUA acrescentou ainda que seu país trabalha com Japão, Rússia, França e Reino Unido no desenvolvimento de reatores rápidos, uma tecnologia que permite reciclar e diminuir os resíduos nucleares.
Putin, o grande inimigo da democracia
julho 2006
Fonte: Fred Hiatt - editor da página de editoriais do Washington Post.
Quando o comunismo aparentemente desmoronou, em 1991, não se esperava que a democracia triunfasse instantaneamente e em todos os lugares. Mesmo porque, para quem anda bem informado, não foi para isso que o Império Comunista promoveu sua auto-dissolução. Hoje, o presidente Vladimir Putin não se preocupa mais em disfarçar os objetivos comunistas: ele se tornou o líder e o emblema de um movimento vigoroso para combater a disseminação da democracia.
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Richard Lugar, presidiu uma audiência em junho sobre O Recuo Contra a Ajuda à Democracia, título de relatório por ele encomendado à National Endowment for Democracy (NED, Fundação Nacional para a Democracia), que conclui que houve um recuo mais pronunciado nos "regimes híbridos" - autocracias que mantêm alguns processos democráticos, como eleições e que, no geral, afirmam ser democracias. Na década de 90, muitos desses regimes toleraram a existência de grupos cívicos defensores da liberdade e dos direitos humanos e permitiram que recebessem ajuda de entidades promotoras da democracia, nos EUA e em outros países.
Entretanto, depois que a Revolução Rosa acabou com o regime corrupto de Eduard Shevardnadze, na Geórgia, seguida pela Revolução Laranja, na Ucrânia, Putin e outros líderes decidiram não correr mais riscos: aceleraram seu assédio contra grupos civis, rádio, partidos e outras vozes independentes, com detenções arbitrárias, proibição de vistos, regras de financiamento impossíveis, etc. Um bom exemplo é o relato do repórter do Washington Post, Peter Finn, sobre como o Kremlin acabou com os programas da Rádio Europa Livre e da Rádio Liberdade, transmitidos por muitas rádio russas, sem que houvesse proibição formal, porém, importunando, insinuando ou ameaçando revogar licenças.

Na maior parte, os regimes alegam que as medidas têm por fim proteger a soberania do Estado, vencer o terrorismo ou atuar contra a espionagem. E os ditadores ressurgidos estão aprendendo um com o outro. Em janeiro Putin assinou lei regulamentando as organizações não-governamentais, que dará a 30.000 burocratas russos a opção de revogar o registro de qualquer grupo incômodo. Hugo Chávez, na Venezuela, e Robert Mugabe, no Zimbábue, estão insistindo em uma legislação similar. A China teria enviado pesquisadores para o Usbequistão e outros ex-Estados soviéticos para comparar medidas defensivas contra a democracia. Enquanto isso, o ditador da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, "teria adquirido da China a mais recente tecnologia de controle e monitoramento da internet, quando esteve em Pequim, em 2005", de acordo com relatório do NED.
O presidente democrático da Geórgia, Mickhail Saakashvili, esteve em Washington semana passada e advertiu que Putin e outros como ele podem estar interessados em promover o recuo da democracia na Geórgia, Ucrânia e outros países. O sucesso de Saakashvili, promovendo o crescimento econômico e reduzindo a corrupção, pode ser um exemplo muito perigoso para Putin, que está, de fato, fortemente empenhado em eliminar a Geórgia democrática, país com quase 5 milhões de habitantes, na fronteira com o sul da Rússia. Putin proibiu importações de vinho, água mineral e outros produtos da Geórgia e está manipulando os separatistas nesse país.

Saakashivili parece ter passado a mensagem quando entregou a Bush a fotocópia de uma carta de 1936, descoberta nos arquivos da KGB. Essa carta, escrita à mão por líderes de um povo independente da região montanhosa de Kevsureti, estava endereçada ao Grande Governo Americano. Nela os líderes deploravam os bolcheviques invasores que forçaram os habitantes da localidade a viver em fazendas coletivas e os impedia de praticar sua religião: "Esperamos sua ajuda. Vocês são os únicos que podem..." A carta nunca chegou às mãos de Franklin Roosevelt e todos os signatários foram assassinados pela KGB da época. Os tempos mudaram, graças a Deus. Mas a história não terminou e a disseminação de democracia não pode ser sempre colocada no piloto automático.

Bornhausen desconfia de ligação entre PT e ataques do PCC

Fonte: Site do Diego Casagrande

julho 2006

O senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do PFL, afirma desconfiar que o partido do presidente Lula pode estar por trás da onda de violência promovida pela facção criminosa contra civis e forças de segurança de São Paulo. De acordo com o pefelista, "o PT pode estar manuseando, manipulando essas ações" que atingiram policiais civis, prédios e veículos e já deixaram pelo menos seis mortos e cinco feridos, entre eles um menino de dois anos.“O PT vive no submundo e nada mais me espanta nesse partido. O PT vive no submundo de Santo André (cidade do interior paulista onde o prefeito petista Celso Daniel foi assassinado), vive no submundo do mensalão e vive no submundo do MSLT (facção do MST que invadiu e depredou o Congresso). Então, tudo é possível, nada seria surpresa” disse o articulador da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. "Não estou acusando, mas mantenho minhas desconfianças. São dúvidas, não afirmativas". O pefelista considerou estranho o fato de que os ataques do PCC se intensificaram justamente no dia da semana em que a pesquisa CNT/Sensus de intenção de voto para a presidência da República confirmou a ascensão de Alckmin.

Reinaldo Azevedo - O PCC, O PT E BOA PARTE DO JORNALISMO
julho 2006
Vocês viram que o PCC voltou a comandar ataques em São Paulo. Já foram 53 entre a noite de terça e a manhã desta quarta. Há duas maneiras de suspendê-los e de piorar a situação: ou o governador aceita as exigências do crime organizado ou aceita a ajuda federal, caracterizando que o PSDB não consegue dar conta do recado e precisa do auxilio do PT. Está tudo preparado para isso. A reação é de estupefação.
Os mesmos jornalistas que noticiaram o suposto acordo com o PCC não perguntam agora por que os ataques continuam. Jornalistas, a exemplo do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), preferem atacar as autoridades a criticar os bandidos. É verdade, gente! Jamais seremos americanos. Somos muito mesquinhos para isso. A “ajuda” oferecida por Lula é tratada como solução mágica. Trecho que retiro de uma reportagem do UOL surpreenderia até o próprio Lula: “A intransigência do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), em recusar a ajuda do governo federal para conter a onda de violência em São Paulo tem recebido críticas de deputados e senadores. Para políticos experientes, o ideal é que ele peça apoio federal para tentar resolver o problema. O assunto virou tema de várias conversas hoje no Congresso.”
Dispenso-me de comentar a sintaxe “a intransigência em recusar”. O texto fala em “políticos experientes”. Cita um: Aldo Rebelo. Que, ainda assim, fala em off. O presidente da Câmara sabe do que fala. O governo torrou R$ 1 bilhão em emendas para elegê-lo para o comando da Casa; para o Fundo Nacional de Segurança, tinha dado R$ 22 milhões. Estão todos contra o governo de São Paulo na reta final da eleição: o PCC, o PT e boa parte do jornalismo.

Copa do Mundo, Zidane e Hugo Chávez

julho 2006

Por Wagner Fonseca Lima (editado por mim)

Cronista é isso mesmo: dá logo um título "espetacular" para o leitor ficar sem saber o que vai ler e tome de tentar conectar todas as teorias possíveis, para que, no final, consiga ser entendido. Então, mãos à obra.

Em primeiro lugar, a Copa do Mundo de Futebol. Em outros países, um acontecimento esportivo como qualquer outro. No Brasil, não! Tudo pára. Tudo muda de horário.Tudo é alterado ao sabor do apito inicial dos jogos, das entrevistas do técnico, dos comentários repetitivos dos jogadores. E isso numa roda-viva exaustiva e ingrata. Mais ingrata ainda quando, nesse ano de 2006, a França nos despachou com um placar medíocre de um a zero, mas suficiente para que a equipe brasileira fizesse as malas e voltasse para casa (nesse sentido, "casa" é qualquer lugar do mundo, menos o Brasil....uns foram para Nova Iorque, outros para Madri, outros para Paris, mas isso são outros quinhentos...).
Mas a Copa do Mundo continuou e, na partida final, as imagens mostraram a cabeçada do francês Zidane no seu oponente italiano. Nem precisa de "replay" para mostrar que o francês revidou uma (ou várias...) provocação(ões). Mas o juiz não viu (ou ouviu...). Só viu a cabeçada e Zidane acabou expulso. Injustiça? Com certeza. Mas o mundo é injusto. E fica mais injusto ainda quando, após inúmeras análises, constata-se que a provocação do italiano era de cunho pessoal e/ou racista. E agora, FIFA? Zidane, agredido verbalmente, é expulso, o italiano agressor sai campeão do mundo. Esse é o esporte que todos adoram? Que esporte é esse?
Em segundo lugar, só poderíamos falar sobre algo sério (no Brasil) após a Copa do Mundo. Porque no meio daquela coisa, nada é ouvido, nada é escutado, nada é digerido pela população brasileira, vidrada na televisão, vestida de verde e amarelo, pronta para matar ou morrer pelas chuteiras da pátria. Mas é bom a população brasileira começar a se preparar para enfrentar uma guerra verdadeira, vinda da fronteira norte do Brasil - mais específicamente contra a Venezuela. O país comandado por Hugo Chávez parece que vem se preparando para a guerra e desestabilizando as antigas, e até então tranquilas, relações de poder existentes na América do Sul.
Hugo Chavez vem adquirindo milhares de rifles e dezenas de aviões de caça russos, entrando em acordo secreto com a Coréiado Norte para obter mísseis de médio alcance e, sem o menor disfarce, aproximando-se do Irã para, ao que tudo indica, obter a bomba atômica. Que o Brasil bote suas barbas de molho.Tão logo tenha essas armas na mão, Chávez pode partir para cima da Amazônia, invadir a Colômbia, para auxiliar os amigos das FARC - grupo de narcoguerrilheiros, de onde Chávez pretende tirar alguns milhões de dólares para compor sua riqueza pessoal. Depois, pode partir para cima do Acre e de Rondônia. "Fantasia", dirão muitos. É, pode ser. Mas quem se atreveria a dizer que na final da Copa do Mundo de Futebol de 2006, que tanto se esforçou em passar a mensagem de competição anti-racista, um xingamento seria a arma que levaria os italianos ao tetra-campeonato, no jogo final? "Fantasia", também teriam dito muitos. Mas aconteceu. Abram os olhos, brasileiros.

BNDES oferece crédito à Bolívia

julho 2006

Fonte: O Estado de São Paulo

Enquanto a Petrobrás discute a sua situação na Bolívia, o maior banco de fomento da América Latina, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), inicia negociações com o governo boliviano para a concessão de financiamentos que permitam à Bolívia importar produtos brasileiros.
A mando do Palácio do Planalto, uma missão do BNDES esteve na sexta-feira passada em La Paz para apresentar as modalidades de financiamentos disponíveis na instituição. Foi o primeiro contato e espera agora o retorno dos bolivianos. A decisão de enviar diretores do BNDES à Bolívia numa missão de governo foi acertada na reunião entre Evo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Caracas, ocorrida na noite de terça-feira da semana passada. Evo pretendia politizar a negociação do contrato de gás em curso entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB) e a Petrobrás. Lula recusou discutir o preço do gás, mas introduziu temas para uma "agenda positiva" entre os países.
Ambos participaram, em Caracas, da solenidade que marcou o ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul. Segundo uma fonte que participou da reunião em La Paz, a Bolívia busca recursos para adquirir cerca de 300 tratores agrícolas com potência entre 80 e 140 cavalos de força. Entre as máquinas, estão plantadeiras e colheitadeiras. A comitiva brasileira não era composta exclusivamente por membros do banco. Representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também participaram do encontro com integrantes do governo da Bolívia. A associação dos fabricantes ficou encarregada de montar o grupo, formado apenas por montadoras de tratores agrícolas. Entre as empresas participantes estavam a New Holland, John Deere, Agrale e a Case: "A idéia foi não privilegiar ninguém. Se a Bolívia decidir comprar tratores produzidos no Brasil, terá de escolher entre as várias concorrentes", disse a fonte ouvida pelo Estado.
Uma outra linha de crédito pode vir a ser oferecida pelo BNDES para a construção de uma rodovia no território boliviano. O governo Evo pretende construir uma estrada interligando a cidade de La Paz ao Norte do País, no Departamento de Pando. A estrada tem 800 quilômetros e custo estimado em US$ 600 milhões. A reunião de sexta-feira teve caráter meramente explicativo, de detalhamento das modalidades de financiamento, além das condições a que a Bolívia teria de se submeter caso opte por essa fonte de recurso. Uma delas é a vinculação dos eventuais empréstimos à compra de bens e serviços de empresas brasileiras: "Isso é muito comum para instituições vinculadas a um país, como o BNDES. É diferente, por exemplo, no caso da concessão de empréstimos de organismos multilaterais, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)", explicou a fonte. O BNDES informou que ainda não sabe os volumes de recursos envolvidos, mas que isso pode ampliar as exportações de bens e serviço para a Bolívia.

A volta dos Collor
FONTE: Hugo Marques - Veja On-Line
julho 2006
Depois de terminarem um matrimônio de 21 anos, Rosane e Fernando Collor agora também são adversários na política. Pronta a se lançar deputada federal por Alagoas, a ex-primeira-dama anda espalhando de Maceió a Canapi, terra onde sua família detém um curral eleitoral de cerca de 20 mil votos, que é capaz de botar o ex-marido na cadeia se ele tentar atrapalhar seus planos eleitorais. E mostra estar disposta a fazer muitas provocações mais. A primeira foi espalhar pelo Estado outdoors com sua própria foto e os dizeres Rosane 2006. Com um detalhe: nas cores do maior adversário de Fernando, o ex-governador Ronaldo Lessa.
O ex-presidente, por seu turno, finge que não é com ele. Depois de arrebatar 419 mil votos na última eleição para o governo de Alagoas, Collor calcula ter cacife suficiente para se eleger senador e, até mesmo, governador. Para tomar sua decisão, precisava saber se Lessa, que enfrenta processo por uso da máquina administrativa, terá condições legais de concorrer. Se o ex-governador entrar na disputa, Collor já tem tudo preparado para tentar voltar a Brasília. Na condição de deputado federal pelo desconhecido PRTB.

É difícil encontrar em Alagoas, no entanto, quaisquer indícios sobre o que os Collor pretendem fazer com seus eventuais futuros mandatos. Atrair investimentos para a educação, buscar melhorias no serviço de saúde, sugerir obras de infra-estrutura, nada disso faz parte do rol de propostas do ex-casal collorido. O silêncio sobre todo e qualquer tema parlamentar ou administrativo parece ser o único ponto comum entre eles.
Mesmo assim, tem muita gente que não vai pensar duas vezes na hora de votar. “Collor é carioca, mas o sangue dele é nosso”, justifica o taxista José Tenório. Com uma média de 15 corridas diárias pelas ruas de Maceió, ele jura que carrega diariamente pelo menos dez eleitores do ex-presidente. “Além do mais, aqui não tem nenhum político 100 por cento honesto.”Princesinha do clã dos Malta, uma família de políticos que domina há décadas três cidades no sertão de Alagoas – Canapi, Inhapi e Mata Grande –, Rosane está esvoaçante. Vive diante da vistosa orla esmeralda de Maceió, tornou-se evangélica da igreja El Shadai e, ao contrário do ex, que se casou com uma mulher com metade de sua idade, não se fixou em ninguém. Com os cabelos oxigenados, loiríssima, filiou-se ao PRB. Trata-se de um partido cujos expoentes na Câmara Federal são os deputados José Divino e Vieira Reis, ambos acusados de pertencerem à máfia dos sanguessugas – aquela que cobrava propinas sobre ambulâncias vendidas a prefeituras de cidade pequenas, a maioria pobres.

Cláudio Humberto - 13/07/2006
- TSE cala sobre voto nulo
O Tribunal Superior Eleitoral nada faz para derrubar a tese de que o voto nulo pode anular as eleições: em sua lista de perguntas mais freqüentes, na Internet, a resposta de nº 16 cita o artigo 224 do Código Eleitoral, que prevê nova eleição em caso de nulidade superior a 50%. Mas não esclarece que o artigo 77, § 2º da atual Constituição tornou inválido tal dispositivo, de 1967.

- Mamma mia
Por € 8 euros o consulado italiano no Rio vende o guia com informações básicas do Brasil, com detalhado capítulo sobre a insegurança e o que fazer em assalto a mão armada e furto, mas com alerta também sobre pedofilia.

- Dedo do terror
Era o argumento que faltava aos linha-dura dos EUA, que insistem na existência de “terrorismo” na Tríplice Fronteira: dois árabes condenados ontem em Michigan (EUA) por contrabando de cigarro e Viagra falsos, integram a organização terrorista Hizbolá, “que opera no Líbano, Canadá, China e Brasil”, afirma a justiça americana.

Pesquisa no SIAFI mostra que governo Lula não gastou na segurança pública

Enquanto o governo federal oferece ajuda da Força Nacional de Segurança ao governo de São Paulo, para enfrentar os ataques terroristas do PCC (Primeiro Comando da Capital), que favorecem a Lula, dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) mostram que os recursos dos fundos Penitenciário e de Segurança Pública estão parados nos cofres federais. Neste ano, com o orçamento aprovado apenas em abril, nenhum centavo foi liberado para investimentos em presídios e em segurança em São Paulo. No ano passado, quando o Orçamento foi aprovado normalmente pelo Congresso, o governo de São Paulo também ficou sem recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e recebeu apenas 12,67% do dinheiro disponível para o Fundo Penitenciário. Em termos nacionais, a liberação de recursos também é irrisória. Do dinheiro disponível no Fundo Penitenciário neste ano, apenas 1,47% foi pago; do Fundo Nacional de Segurança Pública, nada foi gasto. Em 2005, apenas metade do dinheiro colocado no Fundo Nacional de Segurança Pública foi disponibilizado aos Estados. Do Fundo Penitenciário, nem 37% foi efetivamente gasto.


Para Quem Gosta de Especular Sobre o Futuro

Fonte: VideVersus

Marchas a favor de López Obrador avançam sobre a Cidade do México. Dezenas de marchas saíram de vários pontos do México rumo à capital, em apoio ao candidato presidencial populista, derrotado por uma margem estreita nas eleições. O resultado do pleito está sendo contestado na Justiça. O populista Andrés Manuel López Obrador, que perdeu por menos de um ponto percentual em 2 de julho para o candidato da situação, Felipe Calderón, disse que houve fraude eleitoral e pediu a recontagem manual voto a voto. Milhares de partidários de López Obrador saíram em caminhada de vários Estados do país rumo à praça principal da Cidade do México, onde pretendem se reunir no domingo em um comício-monstro.

Brasil concede refúgio à porta-voz das Farc

http://www.inforel.org/servlet/ListaNoticia?acao=C&noticiaId=1912&ano=2006

19/07/2006 - 12h44
Na última sexta-feira, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), concedeu por ampla maioria de seus sete conselheiros, o status de refugiado político ao colombiano Camilo Collazzos, também conhecido como Padre Olivério Medina, preso desde agosto de 2005. Collazzos é acusado na Colômbia, de terrorismo, assassinato, seqüestro e extorsão. Portanto, não poderia ter recebido o status, conforme prevê o Estatuto do Conare.
De acordo com o artigo 3º da Lei 9.474 de julho de 1997, “não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado de atos terroristas ou tráfico de drogas”. O Conare ainda não notificou o Supremo Tribunal Federal ou a Embaixada da Colômbia, sobre a decisão. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, apenas o próprio colombiano é informado da decisão. Segundo a assessoria de comunicação do MJ, somente o presidente do Conare, Luiz Paulo Barreto, está autorizado a falar a respeito, mas ele está em viagem à Espanha.
O InfoRel também tentou contato com os comitês pela libertação de Olivério Medina, mas as pessoas contatas informaram que não tinham autorização para falar a respeito. O comitê de Brasília, que funciona no Setor Comercial Sul, sequer sabia da decisão do Conare, favorável ao colombiano. Um dos conselheiros do Conare, que pediu para não ser identificado, revelou ao InfoRel que esses comitês são mantidos por partidos de esquerda, como PT, PSB e PCdoB. Fontes do governo colombiano, disseram ao InfoRel que o país lamenta a decisão, pois a Colômbia contava com a extradição. Além disso, funcionários do governo explicaram que a concessão do refúgio molesta e mortifica o país.
Autoridades colombianas aguardam um comunicado oficial por parte do Conare e reconhecem que a decisão poderá afetar as relações do Brasil com a Colômbia. Essas mesmas autoridades explicam que apesar das provas contra Medina, a Fiscalía Nacional nunca foi chamada para depor no Conare. A Embaixada da Colômbia no Brasil preferiu não comentar a decisão até que seja notificada oficialmente.

Rodrigo Santoro está confirmado na série Lost

Que me desculpem os que estão acostumados a me ver escrevendo sobre política e adentrando aos temas filosóficos. Acontece que eu também sou humana e gosto muito do trabalho do Rodrigo Santoro.
RIO DE JANEIRO (Do site Te Contei!), 28 de julho - Rodrigo Santoro terá um personagem na terceira temporada da popular série da TV americana Lost, que será exibida a partir de outubro, a informação é da agência que cuida da carreira do ator em Hollywood."Sim, ele tem um papel na série Lost, está confirmado, embora neste momento ele esteja no Brasil", disse William Morris, agente do ator em Hollywood.Tanto a agência quanto os produtores se negaram a dar maiores detalhes sobre o personagem de Santoro, mas confirmaram que ele terá participação freqüente nesta série que se tornou um sucesso nos Estados Unidos e também no Brasil.


Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, está, nesse momento (23:34 hs), fazendo denúncias horrorosas sobre o envolvimento do PT nos ataques do PCC em São Paulo. Acusou o Ministro da Justiça, Márcio Thomás Bastos, de ter uma bola de cristal, já que toda vez que o mesmo diz que vem a São Paulo, o crime organizado faz diversos ataques na cidade. Saulo de Castro disse que o Secretário de Transportes da Prefeita Martha Suplicy concedeu autorização para controlar linhas de vans (peruas) - cerca de 1300 linhas - para um único indivíduo, ligado ao PCC. Disse que há um inquérito no Ministério Público sobre o tema que já resultou na prisão de duas pessoas - entre elas o dono das linhas de vans. Com isso, ligou o PT ao PCC e disse que os ataques em São Paulo são de natureza política, para desestabilizar o Governo de São Paulo.
Ele está dando nomes aos bois e disse que deveria haver sérias punições às pessoas que estão envolvidas nesse tipo de atitude. Falou também dos presídios e das verbas sonegadas ao Estado de São Paulo pelo Governo Federal, que faz "pose" de quem está querendo ajudar e ser solidário quando não fez o que deveria ter feito: investido na recuperação dos presídios já existentes, providenciar a construção de outros novos e ainda repassar verbas que seriam empregadas para compra de equipamentos de combate e de inteligência para a polícia do Estado.
Sem dúvida, amanhã as manchetes dos jornais estarão falndo sobre as declarações do Secretário.

Christina Fontenelle


Seriedade na WEB
Fonte: Jornalistas na WEB (09/07/2006 - 11:27:43)
http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayConteudo&idTipoConteudo=2&idConteudo=425


Credibilidade evolui no jornalismo digital

Por Eduardo Spohr (*)

Sempre tive a impressão de que credibilidade é palavra-chave do jornalismo, pelo menos no que diz respeito a hard news. Se você avalia que um veículo não é capaz de divulgar uma notícia correta e isenta, então talvez seja melhor descartá-lo, e é isso que a maioria das pessoas costuma fazer, mesmo inconscientemente. Instintivamente, o espectador acaba selecionando suas fontes de informação.

Na web, então, essa premissa não só é verdadeira como é reforçada pela disponibilidade que o internauta tem em acessar os veículos de conteúdo. Em questão de segundos – e de graça – um usuário pode visualizar dezenas de sites, mas na prática o que acontece é que, mais cedo ou mais tarde, ele vai acabar se decidindo por dois ou três. Essas páginas selecionadas vão para a pasta "Favoritos", e para tirá-las de lá ou para substituí-las às vezes nem mesmo um "format c:" funciona – uma vez que, na mente do internauta, a escolha já foi feita.

O jornalismo online é um fenômeno novo. Quanto a isso não há dúvida. Como a maioria dos movimentos no ambiente digital, porém, sua transformação tem se mostrado bastante veloz. E a credibilidade é justamente o ponto central que tem evoluído nos últimos anos.

Trabalho desde 1999 em redação de portais de jornalismo e me lembro que, há 5 anos, ninguém levava muito a sério o que se lia na web. A internet era muito mais um tablóide de notícias bizarras e de entretenimento do que um veículo de hard news – não que já tenhamos superado isso totalmente. Mas hoje já é possível ver um telejornal divulgando reportagens baseadas em informações "da versão eletrônica" de algum periódico internacional. No final dos anos 90, isso dificilmente aconteceria.

Essa credibilidade que o meio digital vem ganhando acompanha o movimento natural da evolução tecnológica. É lógico que quanto mais gente tiver acesso à internet, e durante mais tempo, mais veículos tradicionais vão migrar para a web, e outros serão criados, próprios para esse ambiente. É o caso de diversos jornais que atualmente contam com redações separadas, para o meio digital e para o meio impresso (JB Online, Globo On, Lancenet, New York Times, Wall Street).

É também curioso observar como essa tendência afeta as agências de notícias – como elas estão se adaptando à velocidade do meio. Em 2001, era muito comum um editor receber pelo sistema de seu jornal artigos curtos, freqüentemente com erros de português, com o lead no pé e acompanhados por atualizações ao longo do dia. Naquela época, quase sempre você recebia uma nota com o anúncio do fato, às vezes em uma linha, e posteriormente mais informações. Ora, para um jornal impresso esse método é perfeitamente funcional – o redator tem tempo para recolher todos os textos (ao longo do dia) e estruturar seu artigo.

No jornalismo online, entretanto, supõe-se que o fato deve entrar no ar no momento em que acontece ou, pelo menos, o mais rápido possível. É gritante ver, com isso, como as agências incrementaram tanto a sua agilidade quando a qualidade de seus textos. Ainda é de praxe o envio de atualizações, mas mesmo as primeiras matérias costumam ter um conteúdo mais elaborado, com pelo menos quatro parágrafos e sem erros de português.

Justamente por isso, para os profissionais que trabalham nos portais de jornalismo, o quesito velocidade x qualidade é cada vez mais cobrado. À medida que o amadorismo vai ficando para trás, é exigido do jornalista da web mais eficácia. Ainda que errar seja humano, pressa na publicação não é mais desculpa para cometer erros. Ausência de revisores também não.

Assim, da mesma forma que a internet vem para agregar mídias, o jornalista que trabalha no ambiente eletrônico também deve ser um agregador de funções. Ele apura (repórter), escreve (redator), revê (revisor) e publica (editor), além de, por vezes, ter que traduzir o texto de uma fonte internacional (tradutor).

E é agora que o ciclo encontra o seu fim – na qualidade. Se toda essa maratona for feita de forma correta e isenta, o veículo marca o gol de placa da credibilidade, garante a confiança do leitor e conquista o seu tão almejando lugar ao sol na preciosa pasta "Favoritos".

*Eduardo Spohr é editor do Click 21 e redator do JW.

Está na Internet

ALERTA TOTAL

http://alertatotal.blogspot.com/

O temido dossiê Shirley

Agentes de informação do presidente Lula entraram em pânico ontem com o que escutaram do ex-presidente Itamar Franco.

Itamar está dizendo que tem um documento para envolver o presidente Lula e José Dirceu em crime de corrupção passiva.

Em momento oportuno, adverte Itamar aos seus interlocutores, jura que vai mostrar tais documentos.

Em Minas Gerais, Itamar ontem se encontrou com Geraldo Alckmin, e o candidato tucano lhe ponderou não quer se envolver com essa estória de acusações – que nos bastidores está sendo apelidado de “dossiê Shirley”.

O ex-presidente Itamar Franco confirmou ontem sua adesão à candidatura de Geraldo Alckmin, alegando ter feito uma escolha pela ética.

Itamar criticou o presidente Lula da Silva, a quem chamou de "arrogante":

"Quando o presidente Lula escolheu o seu caminho e as suas companhias, nós escolhemos um outro caminho e uma companhia ética, e é nessa companhia ética que nós vamos caminhar aqui, juntamente com o governador Aécio Neves, e com o candidato a senador Eliseu Resende, defendendo a candidatura do nosso presidente Alckmin".

Na verdade, Itamar dá um troco ao PT, que rechaçou sua candidatura ao Senado em troca de apoio ao ex-governador Newton Cardoso (PMDB).

Itamar ficou tão injuriado que também deixou o PMDB após o episódio.

O ex-presidente deixou claro seu ressentimento com Lula pelo caso, uma vez que o presidente não o avisou que preferia outro nome para o Senado.

Na eleição de 2002, Itamar apoiou a candidatura Lula e, em retribuição, foi nomeado embaixador em Roma em 2003, mas deixou o cargo dois anos depois.

Itamar pegou pesado na crítica ao governo Lula.

"A responsabilidade é minha no que vou dizer agora: de uns tempos para cá, o governo Lula virou um feixe de palha. Feixe de palha, qualquer vento leva esta palha. Então, a partir de um certo momento, ele se esgarçou".

Também metralhou o PT:

O partido não deveria ser um partido de governo, tinha que ser um partido de sociedade para poder influenciar o governo, ficou sendo prejudicado pela postura não ética do seu presidente da República, que era, antigamente, um militante. Hoje, me desculpe a expressão, ele é um homem arrogante".

Geraldo Alckmin retribuiu o apoio ao dizer que também Itamar é um político ético.

"Fico muito honrado com o apoio do ex-presidente Itamar Franco. O presidente Itamar Franco é uma referência de ética na política brasileira, neste momento triste da nossa política... E não vou decepcionar o presidente Itamar. Se Deus quiser, vamos fazer um governo pautado em princípios, em valores, eficiência, crescimento econômico, para melhorar a vida do povo".

O coordenador da campanha de Alckmin em Minas Gerais será Henrique Hargreaves, atual chefe da representação do governo de Minas em Brasília, e um dos políticos mais próximos a Itamar.

Mais sujeira no governo

O serviço terceirizado tornou-se um negócio milionário e alvo fácil de corrupção, gerando os mensalões da vida par alimentar os sanguessugas do poder público.

Só no ano passado, por exemplo, a União gastou R$ 690 milhões com a compra de material de limpeza e higiene e a contratação de empresas que prestam serviços de limpeza e conservação.

Os gastos com a manutenção da informática do governo também são elevados.

Em 2005, foram gastos R$ 2 bilhões e 600 milhões de reais com esses serviços e compras.
Até 26 de julho deste ano, a conta já chega a R$ 725 milhões.

Para o pagamento de serviços de vigilância nos três poderes o governo desembolsou R$ 635 milhões e 400 mil reais em 2005.

A revelação é da ONG Contas Abertas, que tem se notabilizado por escancarar o desperdício e o uso irregular do dinheiro público no Brasil.

Máfia da Mão de Obra

As empresas Conservo e Ipanema, acusadas de fraudarem licitações, receberam da União, de 2000 até 26 de julho deste ano, um total de R$ 474 milhões e 400 mil reais.

Descobertas durante a "Operação Mão de Obra", da Polícia Federal (PF), ambas prestavam serviços de conservação, vigilância e transporte ao governo.

O esquema funcionava com pagamentos de propinas, suborno e contava com a participação de funcionários públicos.

A empresa Brasília Informática também foi apontada pela PF como integrante da quadrilha.

Os detidos

Entre os presos na operação, estão três empresários: Vitor Cúgola, da prestadora de serviços Conservo, Márcio Pontes Veloso, da Brasília Informática, e José Carvalho, da prestadora de serviços Ipanema.

Também foram detidos um funcionário da Abin e dois funcionários das empresas envolvidas no esquema de favorecimento.

Estão sob suspeita mais 11 pessoas, entre elas cinco funcionários públicos. Novas prisões poderão acontecer nos próximos dias.

Situação da Conservo

Os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) indicam que os contratos das empresas com o governo federal engordaram ao longo dos anos.

Em 2000, a Conservo recebeu R$ 11 milhões e 500 mil referentes ao pagamento de contratos de terceirização.

No ano passado, esse pagamento atingiu R$ 80 milhões e 200 mil.

Em 2006, a empresa já recebeu um total de R$
50 milhões e 700 mil.

O Senado Federal é um dos clientes que fechou contratos generosos com a empresa.

Nos últimos seis anos, a Casa desembolsou cerca de R$ 10 milhões para o pagamento dos serviços da Conservo.

Quase metade desse valor está concentrada no ano de 2005, quando a Conservo recebeu mais de R$ 5 milhões e 200 mil do Senado.

Este ano, até 27 de julho, o Senado já pagou cerca de R$ 1 milhão e 700 mil à empresa.

Só este ano, o Ministério da Justiça já pagou mais de R$ 8 milhões e 300 mil à Conservo.

No mesmo período, o Ministério das Comunicações desembolsou R$ 1 milhão e 300 mil para a empresa. Os contratos com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) – órgão ligado ao MCT – também são milionários.

De 2003 até 2005, o CNPq já havia pago R$ 4 milhões e 300 mil à empresa.

Só em 2005, o órgão desembolsou mais de R$ 1 milhão e 600 mil referentes aos serviços da Conservo.

Até 27 de julho de 2006, o valor chega à cerca de R$ 766 mil.

A Ipanema recebeu, em 2000, R$ 8 milhões e 300 mil reais.
Em 2005, esses pagamentos deram um salto para R$ 30 milhões.

Este ano, até agora, R$ 20 milhões e 200 mil reais já saíram reais dos cofres públicos para pagamentos dos serviços prestados pela Ipanema.

As investigações da PF indicam a suspeita de fraudes articuladas pela quadrilha em licitações em, no mínimo, seis órgãos federais.

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Senado Federal, o Ministério da Justiça, o Ministério dos Transportes e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) são citados.

Para conseguir os contratos milionários, a quadrilha atuava junto aos órgãos com pagamento de propinas a funcionários públicos que atendiam aos interesses dos empresários na elaboração dos editais.

Os funcionários envolvidos forneciam ainda informações privilegiadas sobre as licitações.

Outras empresas que tentavam fechar contratos com o governo recebiam dinheiro para abandonarem as concorrências públicas ou apresentarem propostas "de fachada".

A PF, que investiga o esquema de fraudes há três anos, também suspeita de alteração nos valores dos contratos.

Blog do Reinaldo Azevedo

http://64.233.187.104/search?q=cache:H07ondPW-IMJ:blogdoreinaldoazevedo.blogspot.com/+Reinaldo+Azevedo&hl=pt-BR&gl=br&ct=clnk&cd=5

Ministro admite uso político de Controladoria

Ninguém precisa duvidar das intenções da Controladoria Geral da União. O ministro Jorge Hage não poderia ter sido mais explícito: “Por que o governo há de ser posto na condição de réu quando foi o autor da investigação? Vamos divulgar os dados objetivos escancaradamente. Não se trata de jogar os sanguessugas no colo do governo, mas de se repelir o escamoteamento da verdade. A fonte da CGU não é A ou B nem de quem está interessado na delação premiada", afirmou.

Já o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi mais delicado. Como sempre, ele exerce de outro modo a sua “grande arte”. Para ele, o CGU não está defendendo o governo, mas fazendo o "enunciado de um crime muito grande". Sei lá que diabo isso quer dizer. O que sei é que Hage não abriria a boca sem que Bastos soubesse. O ministro da CGU também criticou a CPI. Se só os parlamentares estivessem na linha de tiro, é claro que ele não diria nada. É mar de lama mesmo. Para valer. É uma pena que Carlos Lacerda tenha desperdiçado esta metáfora com aqueles caraminguás do esquema getulista. Aquilo era, quando muito, uma poça de brejo.

Alerta Total

Hugo Chávez

Em resposta à insistente proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de criação de um "Banco do Sul" para investimentos no continente, o governo brasileiro negocia com os vizinhos o fortalecimento de um banco regional já existente, com um capital de US$ 5 bilhões e aportes de US$ 2 bilhões e 500 milhões de dólares em projetos de integração de infra-estrutura sul-americana em 2005.

É a Corporação Andina de Fomento (CAF), que o Brasil vai propor como candidato ao "Banco do Sul" na próxima reunião da Comunidade Sul-Americana de Nações.

Chávez tenta criar um banco para atender aos interesses de seus controladores ingleses da banca Rothschild.

mais armação chavista

A ANDE (Administracion Nacional de Eletrecidad) - sócia em 50% de Itaipu, a outra metade é da Eletrobrás - esta vendendo toda sua divida.

O valor é de quase US$ 7 bilhões.

Quem está comprando é Hugo Chavez, colocando assim o Brasil a mercê dos preços dele para a energia.


Blog do Murillo de Aragão

http://www.blogdomurillodearagao.com.br/

Palocci em campanha

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que deixou o posto em março, terminou nesta semana seu período de quarentena e está em campanha buscando uma vaga na Câmara Federal. Amigos do ex-ministro calculam que ele terá mais de 200 mil votos, não só em sua região, Ribeirão Preto, mas em outras partes do estado. Palocci faz palestras para empresários e estudantes e diz que recebe mais do que ganhava como ministro em cada uma delas (O Globo).

Blog do Noblat

Varig vai demitir todos os seus 10 mil funcionários

De Alberto Komatsu em O Estado de S.Paulo, hoje:

"A Varig deve anunciar hoje a demissão de todos os 10 mil funcionários, segundo fontes ligadas à empresa. De imediato, em torno de 1.700 pessoas serão recontratadas na nova empresa, controlada pela VarigLog. Apenas 50 empregados serão reaproveitados na Varig antiga, que permanece em recuperação judicial. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões.

Impacientes com a indefinição, funcionários da Varig nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba fixaram prazo até às 17 horas de hoje para que a companhia esclareça a situação e pague os salários, atrasados há quatro meses.

Caso contrário, os trabalhadores podem declarar greve por tempo indeterminado.

Lei contra imigrantes em cidade dos EUA

De O Globo, hoje:

"Riverside, no estado de Nova Jersey, tem 7.990 habitantes. Pouco mais de dois mil deles são brasileiro, sendo que a grande maioria entrou nos Estados Unidos ilegalmente. A cidade, agora, abriu oficialmente a temporada de caça a eles.

Na noite da quarta-feira, a Câmara de Vereadores local aprovou por unanimidade lei que proíbe o aluguel de imóveis aos ilegais e a sua contratação, por qualquer pessoa, para qualquer tipo de trabalho. Quem não obedecer receberá uma multa de US$ 1 mil (cerca de R$ 2,2 mil) para cada violação."

Garotinho vota em Heloísa Helena

De Cláudia Lamego em O Globo, hoje:

"Nem Lula nem Alckmin. O voto do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), que não conseguiu disputar a Presidência, vai para Heloísa Helena. Durante um comício, ele revelou que votará na senadora. O peemedebista estava sendo assediado pelo PSDB para apoiar Geraldo Alckmin, mas tem dito que ficará neutro na campanha presidencial. Clarissa Mateus, filha de Garotinho e da governadora Rosinha, também declarou apoio à candidata do PSOL. Ela é presidente da Juventude do PMDB."



TODOS OS CAMINHOS LEVAM AO PLANALTO

PF expõe vísceras do Corinthians/MSI

Sábado, 8 de setembro de 2007, 14h00
Bob Fernandes
Rogério Lorenzoni/Terra

Por mais que pareça ficção, o que se lerá aqui é uma história verídica, repleta de intrigas, mentiras, mas muitas mentiras mesmo, ciúmes entre homens, deslizes, traições, ameaças e, até, um romance numa alta corte da Justiça fluminense. O enredo passeia, ainda, por gabinetes bem próximos ao do presidente da República, no Palácio do Planalto, além do seu próprio gabinete.

Tudo resumido em um relatório da Polícia Federal com 72 páginas, produto de investigações e interceptações telefônicas feitas com autorização judicial. Este Editor-chefe de Terra Magazine e o colunista da Folha de S.Paulo Juca Kfouri tiveram acesso ao material, assim como, pelo menos, um dos advogados de pessoa citada.

Não por acaso, com uma ou outra alteração por questões de estilo ou espaço, o texto das reportagens é, nuclearmente, o mesmo.

Essa história tem nome, como é habitual nas ações da Polícia Federal: Operação Perestroika.

O mote foi a parceria Corinthians/MSI.

Kia, Ricardinho e o milhãoAqui neste espaço o enredo começa a ser tecido numa conversa entre Kia Joorabchian, o empresário iraniano que representava o fundo MSI (Media Sports Investment), ex-parceiro do Corinthians, e o jogador Ricardinho (agora no Besiktas, na Turquia), na qual o atleta é informado:

- (...) conforme combinaram o dinheiro vai ser pago hoje, mas que acha que só vai ser creditado amanhã, pois está pagando fora do país.


Ricardinho, então, pergunta se será avisado do crédito e Kia diz que sim, ao pedir que ele fale com o advogado da parceria, Alexandre Verri, "para confirmar a transação".


Kia informa que o crédito é de US$ 1,144 milhão.

Quantias milionárias são o que há de mais comum nas conversas.

No dia 14 de agosto de 2006, por exemplo, às 12h16, a noiva de Kia, a advogada Tatiana Alonso, informa ao homem do futebol da parceria, Paulo Angioni, que conversou com o noivo e este disse que só poderia dar R$ 400 mil por mês para o técnico Emerson Leão - o que derruba a versão de que a MSI não participou da transação por não concordar com ela.

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Dinheiro da FPFPouco menos de uma hora depois, Angioni liga para Tatiana e conta que Alberto Dualib, então presidente do Corinthians, hoje afastado, se comprometeu a pagar a diferença de R$ 100 mil com dinheiro da Federação Paulista de Futebol.

E, ainda no mesmo dia, Angioni diz a Renato Duprat que Leão pediu R$ 3 milhões no ato da contratação, o mesmo valor dali a um ano e mais R$ 1 milhão se classificar o Corinthians para a Libertadores.

Duprat, por sinal, como se verá, não será mero coadjuvante neste enredo, e impressionará pela capacidade de ludibriar.

Quanto a Duprat, sem cargo formal o braço direito de Dualib depois que Kia se afastou, pode ser explicado com a mesma fórmula que um jornalista russo um dia usou para definir o próprio Kia: "É um ator de negócios".

No mesmo dia 14 de agosto, por sinal, sem que uma coisa tenha a ver com a outra, Angioni diz a Duprat que Marcelinho tem que sair do clube e Duprat informa já ter acertado a saída dele com Boris Berezovski. Fica claro que, embora também alardeasse ser contrária à contratação do jogador, era a MSI quem pagava o salário e os direitos de imagem de Marcelinho.

Ameaça no celularNo dia seguinte, 15, Angioni relata que a FPF antecipará R$ 2 milhões para pagar Leão a título de um empréstimo que será pago apenas no ano seguinte, em quatro parcelas.

Já no dia 21, Angioni comunica a Nojan Bedroud, diretor da MSI, que está deixando a empresa, porque prefere trabalhar com Kia fora do Corinthians.

Dinheiro, muito dinheiro, por dentro, por fora, emprestado.

Dinheiro que leva Gisele, ex-mulher de Carlos Alberto- que hoje está no clube alemão Werder Bremen-, a deixar uma ameaça gravada em seu celular, exatamente às 11h10 do dia 5 de setembro, dizendo que "vai abrir a boca sobre o depósito do salário que é feito metade aqui e metade na Suíça". Gisele garante ter comprovante em mãos.

Enquanto isso, de Londres, repetidas vezes Duprat fala com Dualib e promete não só resolver rapidamente o envio de dinheiro para pagar as contas do clube, como a própria sucessão de Kia na MSI, além da garantia de faltar pouco para legalizar a entrada de Berozovski no Brasil.


Mas o agosto corintiano não acaba.


Leão "idiota" e bagunça corintianaNo dia 26, Kia diz para a noiva que Berezovski considera Leão um "idiota" e que o Corinthians é "uma bagunça política".

Impaciente, Tatiana diz ao noivo que eles estão trabalhando muito no Brasil e que Berezovski está brincando com a vida deles. E apela para que ele saia "dessa bagunça, abandone essa merda".

Setembro chega, mas a crise permanece.

O casal Kia/Tatiana volta a se falar no primeiro dia do mês e ele se queixa de que o jornal "Financial Times" noticiou seu interesse pela compra do West Ham, o que nega: "Apenas pusemos o Tevez e o Mascherano lá porque não tínhamos outra opção", explica.

Tatiana devolve, no mesmo telefonema:

-Talvez isso seja um aviso, não quero passar em Londres pelo que estamos passando no Brasil, vamos tocar os negócios do seu pai, porque o Boris é um bilionário que não faz nada na vida, só besteiras, que nem consegue avaliar as conseqüências de suas intervenções idiotas, porque sabe que nada o atinge, diferentemente de pessoas normais com empregos normais. (Ela, Tatiana, e Kia, seriam desse mundo de normalidade).

"100 pau"Dualib, já em Londres, reclama de falta de dinheiro e manifesta preocupação, no dia 25, ao dizer que a conta do hotel vai ser de "100 pau" e que "100 pau", no cartão dele, "na hora" o imposto de renda pega.


Desde o "escândalo Ivens Mendes" que o presidente corintiano parece ter problemas com o "um-zero-zero"... Naquele episódio, ao combinar determinada operação, Dualib refere-se ao "um-zero-zero".

Só que os problemas do futebol brasileiro parecem coisa de criança quando confrontados com os dos parceiros que o Corinthians arrumou, sem nem sequer ter a desculpa de que não sabia com quem estava se metendo.

Nada de Boris


Exemplo disso é o diálogo entre Dualib e Duprat, no dia 8 de outubro, sempre de 2006, precisamente às 17h52, o primeiro em Londres, o segundo em São Paulo.


Duprat revela que o "pessoal de Badri Patarkatsishvili(o empresário georgiano sócio de Berezovski) está preocupado com a situação na Geórgia e que ele está mandando toda sua família para Londres".

Dualib aconselha que ele saia da Geórgia "antes que o matem" e acrescenta que Andrés Sanchez, que se apresenta como líder da oposição no Parque São Jorge, "está sabendo o que falar na Federal, porque, depois da nota oficial da MSI que desmente a participação de Berezovski na parceria, ninguém mais pode falar em Boris, o Boris acabou, tá fora e se ele (Andrés) falar o que o Boris é, fode com tudo".

Duprat concorda e diz que "Boris não é, que é o Badri que é".

Palavras combinadas


Exatos 48 minutos depois dessa conversa, Sanchez quer saber o que Dualib e Nesi Curi, vice-presidente do Corinthians, vão falar na PF, para que ele também fale. A PF já investigava o caso.

Dualib então revela que pedirá adiamento do depoimento e que Andrés Sanchez deve fazer o mesmo, porque é preciso saber antes, com o pessoal em Londres, o que foi que Berezovski disse em seu depoimento quando detido em São Paulo.

Sanchez concorda e acrescenta que mandará seu advogado tentar o adiamento:
-Vou falar o que vocês (Dualib e Curi) falarem.

Sem confiança


Estranhamente, Dualib encerra a ligação com o seguinte comentário:

-Quem acompanhou o depoimento do Berezovski foi o Duprat e eu não estou conseguindo falar com ele...

De fato, ninguém confia em ninguém.

Tanto que, em seguida, Dualib volta a falar com Duprat, para informá-lo do que conversara com Sanchez. Duprat o aconselha a não confiar nele e Dualib argumenta que "se ele foi chamado é porque também está envolvido".

E pede que "Londres fale com Marco Polo Del Nero" (presidente da FPF e advogado) para que todos recebam a mesma orientação.

Duprat promete falar com Marco Polo.

Esperando Badri


Entre tantas angústias, a maior delas, a falta de dinheiro, continua.

No dia 10 de outubro, Curi, vice-presidente do Corinthians, pergunta a Duprat se o dinheiro já chegou e este diz que o assunto está sendo discutido naquele momento, que Berezovski está na sua frente. Curi fala para Duprat cobrá-lo, porque ele prometera mandar o dinheiro imediatamente, mas Duprat explica que "quem manda dinheiro é o Badri, não o Boris", e que Badri está por chegar.

São inúmeras, mais de vinte, as conversas semelhantes entre Duprat e a direção corintiana. Sem que o dinheiro chegue.


E ainda não se chegou à novela sobre como Berezovski pretendia voltar a entrar no Brasil, outra vez com Duprat como um dos intermediários.

Verri "quer ferrar o Kia"O fim da novela é conhecido: Berezovski não voltou ao Brasil e tem agora contra si, assim como Kia, um mandado de prisão e as acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, a exemplo do que acontece, em relação aos dois últimos itens, com Dualib, Curi, Duprat, Angioni e Verri, o advogado da parceria, do escritório Veirano, o mesmo de Tatiana Alonso, agora esposa de Kia.

Mas os capítulos da novela são também interessantes e serão contados mais adiante.


No dia 12 de outubro, Duprat conversa com um homem não identificado e diz que "parece que Verri entregou tudo, fez um estrago em seu depoimento, que a PF até ficou surpresa com tanta informação, parece até que ele quer ferrar o Kia, que ele mostrou direitinho como é a operação, como vem de fora".

Conta em Nova York


Duprat ainda opina que "a única coisa que parece irregular é a compra de jogadores e que sabe pelo Dualib que o Corinthians tem uma conta em Nova York ainda do tempo da parceria com a Hicks&Muse".


Ao ser perguntado se sabe quem é que está no inquérito, Duprat responde que é "o Protógenes, o mesmo da outra vez". (Referência ao delegado da PF Protógenes Queiroz)


Na mesma conversa, Duprat comenta que Dualib despediu o filho do Grondona (Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol da Argentina e vice-presidente da Fifa):

-(...) que é o cara responsável pela fiscalização de lavagem de dinheiro na Fifa, o que causou mal-estar quando a PF foi à Fifa e mandaram falar exatamente com o Grondona, que até foi questionado por ser o responsável por essa área e o filho estar envolvido com o Corinthians.

Duprat acha que Kia pôs, "estrategicamente", o filho de Grondona no clube.

"Discurso mentiroso"


Paralelamente a tudo isso, outra história se desenrolou - ou não se desenrolou -, a de Nilmar, tão enrolada como as demais, razão pela qual o leitor dela será poupado. Porque melhor é a nova conversa mantida entre Dualib e Duprat, no dia 16 de outubro.

O cartola pergunta:

-É para manter o discurso mentiroso sobre o Boris, que ele não tem nada a ver, que é tudo com o Badri?

Duprat diz:


- Tem de falar a verdade, que o Boris nada tem a ver com a MSI.

Diz, e dá risada.

E de repente o Flamengo quase entra na dança.


Operação Flamengo


Kia Joorabchian, no dia 31 de outubro, determina que Paulo Angioni fale com Verri para que este explique como será a entrada deles no clube carioca depois de ouvir que "o Flamengo quer abrir as portas para Kia".

-Só preciso de um mês para terminar tudo com o Corinthians e começar a investir no Flamengo - assegura Kia.

Novela curta. Melhor, uma minissérie porque rapidamente se esgota.

No dia anterior, ao receber nova cobrança de envio de dinheiro, Duprat diz a Dualib:

-O problema é em Londres, porque eles não têm em nome de quem mandar.

Neta de Dualib


Na verdade, não dá para acreditar numa só palavra de Duprat.

Nem mesmo quando, aparentemente com sensatez, aconselha Dualib a não brigar com Curi, "pois não é hora".

Só que Dualib está indignado ao telefone neste dia 23 de novembro:

-(...)porque ele não pode fazer o que está fazendo, chamando minha neta de ladra, porque tirei notas, de 14 anos para cá, para poder livrar a cara do Nesi da investigação e se não tivesse feito isso ele estaria enrolado juntamente com o Mello (Carlos Roberto Mello, ex-vice-presidente de finanças do Corinthians).

Novembro termina, dezembro começa, e tudo permanece na mesma.

Dinheiro incertoNo dia 3, Duprat diz a Curi que contratou o centroavante Borges, no Japão. O jogador, como se sabe, de fato veio do futebol japonês, mas para o São Paulo.

No dia 6, Curi diz a Duprat que todas as contratações estão sendo desmentidas na imprensa e Duprat afiança que mandará muito dinheiro a partir do dia 15: primeiro um dinheiro para cobrir o déficit; depois mais US$ 5 milhões e depois mais US$ 10 milhões. E começa a falar sobre a contratação de Cícero, meia do Figueirense.

Este foi parar no Fluminense.

Um pouco mais tarde, no mesmo dia, é Dualib quem cobra Duprat ao dizer que precisa de ao menos US$ 1 milhão. Duprat responde que será esse o valor e que o mandará "amanhã".

Varig, Kia e o GaloNo dia 22, às 10h01, a PF registra uma conversa que, "aparentemente", seria de Duprat com uma pessoa não identificada. Esta pessoa afirma que "eles vão comprar mais quatro clubes no Brasil para lavar dinheiro" e que "o russo agora é o dono da Varig".

Adriano Salles Vanni, advogado de Duprat, nega que a voz gravada seja de Duprat. Ele afirmou ter um CD com o áudio dos diálogos.


Berezovski, é verdade, quis montar sua lavanderia, mas não comprou a Varig.

Uma semana depois, Duprat fala a alguém não identificado que é contra o empréstimo do lateral Coelho para o Atlético Mineiro, "porque existe algum esquema entre o Kia, o Nesi e o Atlético".

Coelho, como sabem até as montanhas das Alterosas, é hoje jogador do Galo.
Duprat onipresente
Mas Duprat não desiste, Duprat insiste, está em todas.

E em conversa com um dos vice-presidentes do Corinthians, Jorge Kalil, manifesta sua surpresa com o fato de a Unimed querer Carlos Alberto emprestado e pagando tudo, salário e direito de imagem:

- Como é que um plano de saúde tira dinheiro do caixa para pagar empréstimo de jogador?- pergunta, provavelmente pela sua experiência com a falida Unicor, que fez papel semelhante no Santos e quebrou.

No mesmo diálogo, Duprat diz a Kalil que Carla Dualib, a neta do presidente, prefere ele, Kalil, como laranja do avô a Edgard Soares, outro vice de Dualib.

"Aquela mulher gorda"


O clima esquenta.

Curi diz a Duprat que "está arranjando uns guardas para bater em Martinez" (diretor de futsal do clube) e pergunta se Berezovski vem mesmo ao Brasil. Duprat diz que sim, "mas se ele não vier já tenho outro judeu" e acrescenta que está tentando pegar Robinho emprestado.

Não é incrível que alguém pudesse acreditar?

Enquanto pululam quimeras, esquentam as negociações para Berezovski vir ao país.

Dualib garante num diálogo com Curi que Duprat já acertou tudo com Brasília.

Nesi garante que "aquela mulher gorda estava atrapalhando" e Dualib a identifica como Clara Arnt, "da ala radical do PT e contra o Boris".

Clara, secretária pessoal de Lula, confirma à reportagem a tentativa de se fazer Berezoviski chegar ao presidente:

-Fui contra desde sempre que o presidente o recebesse.

No gabinete de Lula Curi acrescenta que o presidente Lula teria gostado da visita deles - os dirigentes corintianos -, mas que é bom não comentar nada sobre o fato de terem ido falar sobre o Boris, para que ninguém mais trabalhe contra.

Sim, Dualib, Curi e Duprat estiveram com o presidente da República e pediram que ele se esforçasse para eliminar as barreiras que impediam a entrada do bilionário russo no Brasil. (Encontro esse noticiado pelo Blog do Boleiro neste Terra Magazine).

Numa cena constrangedora, Curi até pediu que Lula ligasse na frente deles para Berezovski. Não foi atendido, segundo relata Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência, ouvido sobre o episódio pela reportagem na última quarta-feira, 5 de setembro:

-A pedido da direção do Corinthians, nos limitamos a ver se era possível conseguir a extensão do asilo político dele na Inglaterra para o Brasil e não sabíamos sobre o russo o que sabemos hoje. Agora temos tratado de extradição com a Rússia e é impensável tê-lo aqui. Além do mais, vi Duprat apenas na audiência com o presidente e jamais falei com ele sobre qualquer assunto depois disso-, garante Carvalho embora confirme que houve gestão, na mesma direção, do jornalista Breno Altman, ligado ao ex-ministro José Dirceu.

Em nome de Zé?


Altman chegou a viajar para a Europa para se encontrar com Berezovski e, quando da primeira vinda do russo ao Brasil, organizou reuniões para ele.

A justificativa é simples: o russo queria investir no Brasil em estádios, biodiesel, etanol etc, e estava até disposto a passar parte do ano por aqui.

Dono de uma fortuna avaliada na casa dos US$ 4 bilhões, Berezovski mobilizou diversos segmentos, aí incluída a Assembléia Legislativa de São Paulo, por intermédio do deputado estadual petista Vicente Cândido, um dos articuladores da frustrada vinda do bilionário; segundo o deputado mesmo dizia, sempre em nome de José Dirceu.

Mas a Operação Perestroika - alusão ao processo conduzido por Mikhail Gorbatchev que culminou com a abertura política na Rússia - traz de volta o mesmo nome de um velho personagem da corrupção no futebol brasileiro.

O retorno de Moreira?


Em 1982 a revista Placar desvendou um esquema de manipulação de resultados dos jogos da Loteria Esportiva que se tornou conhecido como a "Máfia da Loteria". Sobressaía-se, então, um jornalista cearense de nome Flávio Moreira. Ele trabalhava na agência Sport Press e era quem escolhia os 13 jogos da loteca.
Descobriu-se que Moreira fazia a escolha de acordo com os grupos que manipulavam os resultados pelo país afora.

Pois é um tal Flávio Moreira quem procura Duprat -segundo o relatório da PF- para oferecer seus serviços para "classificar" o Corinthians no Campeonato Paulista, nega-se a falar mais pelo telefone e manda tirar suas referências com Paulo Pelaipe, diretor de futebol do Grêmio (leia aqui).


Duprat, surpreendentemente, o dispensa e a conversa não evolui ou, pelo menos, não tem novos registros nas escutas da PF.

Uma fonte ouvida pela reportagem garante que Flávio Moreira é Flávio Moreira.

Futebol, corrupção... e amor


Esta novela, como quase todas, está recheada de histórias de amor. Uma com final feliz em Londres e outra permeada por suspeita de corrupção no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Kia Joorabchian passou pelo Brasil e levou para Londres a bela morena Tatiana, com quem se casou na sexta 7, o dia da Pátria (a nossa...), em luxuosa cerimônia.

O outro caso de amor tem como palco a Cidade Maravilhosa.

Revelado por meio de uma conversa entre o presidente do Flamengo, e dono de cartório no Rio, Márcio Braga, com o ex-juiz de Direito e ex-presidente do Fluminense, atualmente ouvidor da CBF, Francisco Horta.

Ambos tratam de uma ação que corre sobre as eleições na Federação Estadual do Rio de Janeiro.

Vingança de ex-mulherBraga critica uma liminar concedida por um desembargador e alega que este faz tudo que um outro poderoso desembargador pede.

Horta comenta que o magistrado que concedeu a liminar estaria "emocionalmente quebrado", pois se separou da mulher e começou a namorar uma juíza, filha de um casal de desembargadores.


Horta revela que foi procurado pela ex-mulher do desembargador que concedeu a liminar. Ela, segundo Horta, queria lhe entregar um dossiê sobre o ex-marido, mas ele não a teria recebido. E comenta:


-Pior que uma traição conjugal é a corrupção, é gente vender sentença.


Braga concorda, acrescenta que atua junto à Justiça há quase 50 anos e que sempre houve corrupção, mas que nos últimos 10 anos eles perderam a vergonha.


Operação abortada


No futebol brasileiro, não é bem assim. Ao que se sabe, e quanto mais se sabe, mais se demonstra que vergonha nunca houve. E mais não se sabe desta novela porque, estranhamente, quando a PF mais avançava em suas investigações e se preparava para os capítulos finais da Operação Perestroika, eis que o Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça, o que abortou a seqüência dos trabalhos.

Governo queria conceder asilo a Berezovski, diz procurador
http://terramagazine.terra.com.br/

Domingo, 9 de setembro de 2007, 17h36
Bob Fernandes
Redação Terra

Terra Magazine falou há instantes com o procurador José Reinaldo Guimarães Carneiro. Em abril de 2005, ele e colegas do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado, espécie de tropa de elite do Ministério Público) elaboraram um relatório que concluía pela certeza da presença do criminoso russo Boris Berezovski no comando da parceria Corinthians/MSI - o que sempre foi oficialmente negado pelos dirigentes do clube.


Agora, o procurador avança e diz, de maneira contundente, que o governo brasileiro se preparava para conceder asilo a Berezovski, apesar de a Abin, órgão de assessoramento da Presidência, ter informações sobre as conexões criminosas do russo pelo menos desde 2005.

- A Abin é vinculada à Presidência e é impossível alguém do governo dizer agora que não sabia quem era Boris Berezovski. Todo mundo sabia.

Relatório da Polícia Federal revela detalhes bandidos da parceria Corinthians-MSI

Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007
Fonte: Videversus


Um relatório de 72 páginas da Policia Federal, produzido ao longo dos últimos 12 meses com investigações e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, revela em detalhes o submundo da parceria Corinthians/MSI.


Nele, há diálogos estarrecedores de seus principais personagens, como o presidente corintiano Alberto Dualib, Kia Joorabchian, homem forte da MSI no Brasil, o líder da oposição no clube, Andrés Sanchez, e até de gente do governo Lula tentando facilitar a entrada no Brasil do condenado magnata russo Boris Berezovski.


A Polícia Federal batizou o trabalho de “Operação Perestroika”. Também não escaparam dos grampos da Polícia Federal acertos de jogadores, como do meia Ricardinho, hoje no Besiktas, da Turquia, com Kia, de quantias pagas em contas fora do País, o que caracteriza evasão de riquezas e sonegação fiscal.


O trabalho da Polícia Federal corrobora a série de denúncias feitas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual aos dirigentes corintianos, em especial Alberto Dualib e seu vice Nesi Curi, assim como os investidores da MSI. Em um dos diálogos grampeados, Kia e Ricardinho acertam comissão no valor de US$ 1,144 milhão (R$ 2.173,6 milhões):


"...conforme combinaram, o dinheiro vai ser pago hoje, mas acho que só vai ser creditado amanhã, pois está pagando fora do País".


Ricardinho pergunta se será avisado do crédito e Kia manda que o jogador procure por Alexandre Verri, advogado da MSI.


A Polícia Federal relatou ainda que a MSI esteve à frente da contratação do técnico Emerson Leão, fato sempre negado por seus dirigentes, e que pagaria somente R$ 400 mil de salário mensal a ele. A escuta foi gravada dia 14 de agosto de 2006, às 12h16, da então noiva de Kia, a advogada Tatiana Alonso, com quem ele se casou na sexta-feira. Dualib e Paulo Angioni, da MSI, dizem a Tatiana minutos depois que o clube se comprometeria a bancar os outros R$ 100 mil, totalizando R$ 500 mil que Leão queria ganhar no Parque São Jorge. O técnico ainda pediria R$ 3 milhões de luvas na contratação e o mesmo valor após um ano, além de R$ 1 milhão se levasse o time à Libertadores, dinheiro que o clube tomou emprestado da Federação Paulista de Futebol.


As escutas da Polícia Federal também revelam crise conjugal, com veladas ameaças, entre o meia Carlos Alberto, hoje no Werder Bremen, da Alemanha, e sua ex-mulher, Gisele. Ela deixa mensagem no celular do jogador no dia 5 de setembro, às 11h10, dizendo que "vai abrir a boca sobre o depósito do salário que é feito metade aqui (no Brasil) e metade na Suíça". Gisele diz ter como comprovar todos esses depósitos.


Em Londres, Renato Duprat, sem cargo na parceria e no clube, mas de confiança de Dualib, convence o presidente corintiano de que falta pouco para o governo legalizar a entrada no País de Berezovski, e com ele os US$ 2 bilhões (R$ 3,8 bilhões) que prometeu investir no Corinthians e no Brasil de Lula.


Kia diz à noiva que Boris acha "Leão um idiota" e o clube "uma bagunça política". Tatiana pede a Kia que abandone o Corinthians logo. Dualib reclama dos custos de sua estadia em Londres, gravação do dia 25 de setembro. Diz que a conta iria ser de "100 paus" e "100 paus no cartão" o imposto de renda pega. O líder da oposição Andrés Sanchez teve seu nome citado no relatório da PF, em conversa de Dualib e Duprat dia 8 de outubro, às 17h52. "... ele (Andrés) está sabendo o que falar na (Polícia) Federal, porque, depois da nota da MSI que desmente a participação de Boris na parceria, ninguém mais pode falar em Boris, o Boris acabou".

MSI: gravações apontam suposto lobby de Dirceu


Quinta, 12 de julho de 2007
Vagner Magalhães
Direto de São Paulo


A denúncia do Ministério Público Federal contra integrantes da empresa MSI e do Sport Club Corinthians Paulista mostra, por meio de escutas telefônicas, que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu solicitaria a intervenção de um senador junto ao Ministério da Agricultura em favor do frigorífico Minerva, relacionado à exportação de carne para a Rússia. O pedido teria chegado às mãos de Reinhold Stephanes, ministro da pasta. Os negócios interessariam ao magnata russo Boris Berezovsky.


As investigações apontam que haveria um intenso lobby dos investigados para obter, junto ao Ministério da Justiça, a concessão da condição de asilado político para Berezovsky, apontado como dono da MSI. A investigação conta com mais de 20 meses de escutas telefônicas. Procurados por telefone, os envolvidos não foram localizados.

O período das escutas se deu a partir de 30 de setembro de 2005. A íntegra do conteúdo das escutas está sob sigilo de Justiça e apenas alguns trechos foram liberados.

Berezovsky é acusado na Rússia de crimes financeiros, entre eles a apropriação ilícita de US$ 50 milhões da companhia aérea Aeroflot. Ele também responde por delitos contra a ordem econômica e financeira.


Asilo político


De acordo com a denúncia, acatada pelo juiz federal Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal, o movimento seria encabeçado pelo presidente do Corinthians, Alberto Dualib e por Renato Duprat Filho, integrante da MSI, através de um intermediário chamado Breno Altman, ligado ao Ministério da Justiça.

O objetivo do asilo político a Berezovsky seria garantir uma vinda tranqüila dele ao Brasil, já que o russo estaria interessado em investir em empresas brasileiras.

Em um trecho das escutas telefônicas obtidas pela Justiça, Renato Duprat teria afirmado que em conversa no Ministério da Justiça, para resolver de vez o "problema", Boris deveria entrar com pedido de extensão da condição de exilado político. Tal ato, segundo a gravação, teria aprovação do comissariado da ONU. Berezovsky é asilado político na Inglaterra e pretendia assim estender o direito ao Brasil.

Em uma outra fala, Renato Duprat diz para o presidente do Corinthians, Alberto Duailib, que estaria sendo marcada uma reunião com um deputado estadual e com um ministro e que dessa forma Boris "nem precisaria vir ao País" para obter a documentação.


Outro trecho mostra que Breno Altman teria sido encaminhado a Roberto Duprat pelo Ministério da Justiça para o sinal verde da viagem de Boris Berezovsky ao Brasil.


Nas gravações telefônicas reveladas pela Justiça, há um trecho em que o presidente Alberto Dualib deixa recado para o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmando a necessidade de "antecipar" audiência entre Boris e Lula, encontro que não chegou a acontecer. Em dezembro de 2005 Lula recebeu a delegação corintiana, campeã brasileira naquele ano. Kia Joorabchian, membro da MSI, participou do encontro.


Segundo o MPF, Gilberto Carvalho afirmaria posteriormente a Breno Altman que precisaria ver bem o que é essa "extensão aí", ou seja, como seria dado o benefício a Berezovsky.


Berezovsky esteve no Brasil em maio de 2006, e, na época, afirmou à Justiça que manteve contato com "ministro do planejamento" (Paulo Bernardo), e diretores da Petrobras, Embraer e Embratur, além de executivos de empresas privadas como a Varig, visando, segundo palavras de Berezovsky, novos investimentos. Na ocasião, ele chegou a ser detido no País e interrogado por 10 horas.

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