FÁBRICA DE ANALFABETOS FUNCIONAIS E EXCLUÍDOS
Por Geraldo Almendra
29/abril/2007
Em uma sociedade com uma elite dirigente, majoritariamente corrupta, aética e imoral, a educação, no seu sentido mais nobre, é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias tantas coisas das quais os canalhas do corporativismo, para serem “sábios”, devem abrir mão - dignidade, honestidade, ética e moralidade - para servir ao “Príncipe”, o mais sórdido filho dos ovos da serpente da prostituição da política e mestre de cerimônias do Circo do Retirante Pinóquio”.
É em sala de aula de uma escola, geralmente pública, que podemos conviver com uma experiência viva da transformação negativa dos valores da família e da falência das estruturas sociais das comunidades de pobres ou excluídos, que estão impossibilitadas de exercerem seus papéis de arquitetos do comportamento de crianças ou adolescentes preparados para freqüentarem, de forma minimamente civilizada, um ambiente educacional.
De forma geral este cenário somente é parcialmente alterado, nos casos em que filhos da classe média, que estão entrando na fronteira de rigorosas limitações de renda, por falta de opção, são matriculados na escola pública. Esses alunos tendem a demonstrar melhor desempenho nos seus estudos porque estavam em escolas particulares, com rigor de ensino e regime disciplinar diferenciado.
Com poucas exceções, a escola pública, há décadas, vem perdendo os meios de conduzir, por princípio, crianças e adolescentes para o pleno e correto exercício de suas cidadanias quando chegarem às suas vidas adultas, e assim contribuírem nas suas atividades profissionais para o crescimento econômico, social, moral e ético do país.
A escola pública, por absoluta responsabilidade das elites dirigentes e seus lacaios do poder público servidor de oligarquias apodrecidas e prostituídas, foi transformada, após o regime militar, por gangs de civis corruptos e corporativistas sórdidos, em uma fábrica de diplomados sem educação e cultura – isto é, os que conseguem chegar a tanto diante de sucessivas repetências e da evasão escolar.
Todos os anos são despejados nas ruas do mercado de trabalho, milhões de cidadãos, diplomados no ensino médio, grande maioria de analfabetos funcionais, com condições mínimas de edificarem uma vida digna na construção de suas famílias, ficando predestinados a trabalharem arduamente para conseguirem apenas viver nos limites ou abaixo da pobreza, enriquecendo o círculo social vicioso que conduzirá seus filhos a destino semelhante.
Se alguém quiser uma explicação simples para o caos da educação em que vivemos, com as grandes metrópoles tomadas pelo crime organizado e o poder público capturado pela corrupção e pelo corporativismo mais sórdido, que se diga: a falência da educação pública e a formação de um Estado eminentemente incompetente, corrupto e prevaricador na execução de suas atribuições.
Os alunos do ensino público que conseguem chegar às salas de aula das universidades federais e estaduais, compulsoriamente, pelas cotas da exclusão, ou nas privadas, por força do assistencialismo populista universalizado do desgoverno petista, – que consolida a mercantilização do ensino superior de baixa qualidade –, se candidatam, em sua absoluta maioria, ao time dos “beneficiários” do ciclo viciado da formação “especializada” e de péssima qualidade acadêmica, moral e ética. Todos irão se associar à equipe dos mantenedores da prostituição do poder público e de suas espúrias relações com o resto da sociedade.
Nesse cenário, a universidade está diante de um novo desafio: recuperar a péssima formação dos doze anos de ensino público fundamental e médio, e conseguir encanudar um excluído que é jogado no seu campus com o pára-quedas do assistencialismo populista.
A vocação da Universidade Pública para a formação de uma comunidade acadêmica – preparada para ajudar o país a dar o salto de qualidade social em um ambiente de modernização econômica – vai se consolidar em uma ficção para ilustrar as páginas da produção dos mestres e doutores, avaliadores do problema do ensino público no país, que acabam vendo seus estudos mofando nas prateleiras do corporativismo sórdido.
Para os avalistas dos planos de financiamento do ensino superior patrocinado pelo desgoverno petista um aviso: preparem-se para pagar a conta dos formandos desempregados, ou que não vão conseguir uma remuneração compatível à dívida mensal do financiamento estudantil após a carência. Quantos vão ser? – Mais de 70 %. Para chegar a essa conclusão ninguém precisa ter bola de cristal. Apenas bom senso.
Suas esperanças, caros avalistas, é que no futuro uma nova panacéia populista venha à tona, o que não será difícil: será o perdão das dívidas dos estudantes para a “alegria” dos contribuintes que trabalham mais de cinco meses por ano para pagar a conta desse Estado corrupto, prostituído, prevaricador e comprador de votos.
Nos grandes centros urbanos o comportamento em sala de aula de alunos do ensino público beira ao caos da indisciplina e da falta de respeito aos professores. Uma minoria de alunos, realmente motivados e interessados em aprender, tem seu desempenho comprometido pela turba de desagregados sociais que fazem da sala de aula um palco para suas frustrações, revoltas, desinteresse, agressividade, etc. As sementes da falta de ética, da imoralidade e do desrespeito frontal aos códigos de comportamento mais primários, já brotam vivamente nas salas de aula.
No caso do ensino público noturno – supletivo principalmente – os adjetivos mais pejorativos para os frutos da educação pública são condescendentes. Os professores que se atrevem a enfrentar o comportamento mal educado e agressivo dos alunos são passíveis de agressão moral e física sem meios imediatos de defesa. “A maioria acaba esquecendo o problema, até para preservar sua vida; compra um salgado vendido em plena sala por um excluído que interrompe sua aula, deixa a turma entrar e sair sem restrição, e toca sua carreira, passando no quadro as lições que não serão aprendidas pela maioria, apenas para cumprir sua carga horária.”
Ao lado de uma carreira profissional que cada vez mais se associa ao corporativismo local das escolas para garantir sua sobrevivência, para complicar, mais ainda, a situação do ensino público, os professores se encontram tolhidos por instrumentos legais nas suas atribuições de caráter coercitivo, limitando de forma relevante suas ações de imposição de disciplina em sala de aula. Entre outras situações constrangedoras, os “Conselhos Tutelares” fazem do professor o culpado e do aluno quase sempre a sua vítima. Já tem aluno gravando por meio de celular as advertências do professor para acusá-lo de discriminação diante de um Juiz.
O professor se tornou um refém dos alunos e do Estado corporativista, e não mais um educador. Muitos, por falta de opção, fingem que ensinam, enquanto a maioria dos alunos finge que tenta aprender, ou simplesmente, “não está nem aí para a hora do Brasil”, fazendo da sala de aula um “parque de diversões” que não existe em suas comunidades, e não um ambiente de estudo e formação educacional; “enquanto a mocinha se maquia olhando para o lado e mirando-se no espelhinho, a angustiada professora tenta ensinar sua matéria, sem incomodar algumas sonecas distribuídas na sala”
Os professores públicos – com seu salário miserável e seus múltiplos empregos – estão abandonando seus papéis de construtores de conhecimento formal e socializador, isto é, deixando de ser um condutor competente do processo de formação de um indivíduo para o crescimento moral e ético de um grupo social e, em particular, de uma criança à vida em um grupo civilizado.
O professor público virou um bombeiro cada vez mais desqualificado e desmotivado para apagar o incêndio devastador da falta de educação das crianças que já chegam às escolas comprometidas na qualidade das sementes podres de sua formação moral e ética. Nossos antigos mestres - “tios” e “tias” estão - sendo transformados em condutores de um processo de tentativa de resgate de poucos da exclusão, do analfabetismo funcional e da marginalidade.
A própria sociedade na sua miopia calhorda está esquecendo que um professor precisa ser um profissional altamente qualificado e que deve ter um salário condizente com as responsabilidades cada vez maiores de sua carreira.
Na prática estamos exigindo que o professor se multiplique em inúmeras responsabilidades – educadores, pais substitutos, psicólogos, sociólogos, psicanalistas, etc. O professor agora tem a obrigação de compensar com sua “didática e pedagogia” a falência da estrutura familiar, da desagregação social das comunidades dos excluídos e, principalmente, da prostituição da política e do corporativismo sórdido que deixa a competência de conduzir o ensino público estadual e municipal em último plano.
Enquanto um canalha de um político prostituído custa para o Estado mais de R$150 mil reais, sem contar as receitas da meliância, um professor público, que tem a responsabilidade de formar cidadãos, custa em início de carreira, pouco mais de mil e quinhentos reais, isto é, os mais bem remunerados.
No Brasil, de vez em quando, assistimos na grande satã Plim-Plim da mídia, reportagens sobre a qualidade de alguns projetos de ensino público nos ciclos fundamental e médio.
Muitos hipócritas irão questionar o julgamento de valor feito por nosso artigo dizendo que ali e acolá um determinado aluno do ensino público ficou bem colocando no ENEM ou outro programa qualquer de avaliação do ensino, ou que conseguiu fazer um Mestrado apesar de sua origem pobre.
Essas colocações, freqüentemente feitas pelos patifes do Circo do Retirante Pinóquio são ridículas, vis a vis que não passam de rigorosas exceções – instrumento dos marqueteiros que adoram briga de galo; são fatos isolados dependentes muito mais de qualidades individuais de determinados alunos – com índoles especiais – conjugados com algum tipo de educação familiar que receberam, do que como resultado dos efeitos de uma arquitetura educacional coletiva que permita aos menos favorecidos o acesso ao crescimento pessoal e profissional através da educação pública.
É como dizer, no popular, a um excluído, telespectador das novelas da TV Plim-Plim satã, que apesar do mesmo “comer merda” durante quase toda sua infância e adolescência, um dia, se ele se esforçar, vai acabar tendo uma mansão, um carro importado e comendo caviar. Bando de canalhas esses hipócritas que ficam fazendo proselitismo imbecil com o caos da educação pública no país.
Vamos repetir as palavras do educador francês Jean Hérbrard: “Não é somente a economia [se fosse verdade] que dá papel de líder a uma nação. É também a qualidade, o modelo de sociedade que vai apresentar ao mundo”.
No nosso caso, o modelo de sociedade se apresenta ao mundo como corrupta, politicamente prostituída e com uma Justiça relativa, que cospe no excluído, mas protege a maioria dos indiciados por corrupção que são amigos ou cúmplices do “Príncipe” canalha, especialmente crápulas do Poder Judiciário que vestem toga para cometer delitos para atender suas ambições corporativistas, políticas e patrimoniais.
Conduzindo esse padrão de sociedade temos um poder público caracterizado pela prevaricação como norma de comportamento, o que é espelhado diariamente nas páginas dos jornais e nos telejornais, mesmo na TV Plim-Plim satã.
É isso que a maioria das crianças e adolescentes das comunidades mais carentes há décadas têm tido como exemplos de sociedade durante sua formação. Perambulam nas ruas dos guetos residenciais onde sobrevivem ou nas esquinas dos centros urbanos, enquanto seus pais tentam ganhar o pão de cada dia, até chegar a hora de irem para as escolas. Dentro de suas casas são ainda “premiados” pelos temas das telenovelas que insistem em colocar o senso comum da degradação da família e da sociedade como um exemplo a ser admirado e seguido, “porque estes são os valores da sociedade em que vivemos”.
Pobres dos nossos professores públicos que precisam o tempo todo, serem “mais realistas do que o Rei”. É essa dignidade, que começa a se aproximar da exceção por falta de opção e desmotivação, mas trazendo, ainda, alguma esperança de que muitas crianças podem ainda ser salvas do holocausto moral e ético que consome os nós do tecido social.
Os professores públicos do nosso país continuam sendo tratados como uma classe profissional inferior tendo em vista seus padrões de remuneração e de condições de construção de uma carreira, além de ficarem reféns do corporativismo sórdido que coloca a politicagem suja, imoral e aética como condutora da estrutura de ensino das escolas públicas, que são rigorosamente reféns do sujo jogo da política nos locais onde se encontram.
Nessas condições tudo o que se fizer em educação no país não vai servir para nada, melhor dizendo, não vai evitar que nos levem cada vez mais ao fundo do poço da falência da educação pública.
Pergunte-se nas últimas décadas o resultado dos planos mirabolantes de reformas educacionais e o seu resultado. A classificação do país nas avaliações internacionais de qualidade do ensino dá a resposta precisa. Não é nenhum achadismo, é a realidade nua e crua da educação pública do nosso país que se repete entra desgoverno sai desgoverno.
Agora, nesta próxima década de desgraça petista, já temos mais novidades produzidas por nossos honoráveis acadêmicos comunistas que vivem fazendo “complexos estudos” – financiados pelos contribuintes – que dão em lugar algum, pois se baseiam em experiências de outros países com governos e condições sócio-econômicas e políticas diferentes das do nosso país.
O feijão com arroz ninguém faz, que deve começar em tratar o professor público com dignidade dando-lhe condições materiais, formação acadêmica, poder disciplinar, e autonomia para reeducar a massa de candidatos a analfabetos funcionais e excluídos que todos os anos entram nas escolas públicas. Devem também ser modificadas as estruturas de pessoal das escolas que se colocam através de suas direções como reféns de interesses políticos sub-reptícios de prefeitos, governadores e seus cúmplices, comprometendo cada vez mais a eficiência e a qualidade da estrutura do ensino público no país.
Está “no ar” uma nova “revolução para a educação” que é a proposta de exigir dos professores – a partir do nada – uma formação que permita que lecionem várias matérias simultâneas, por exemplo, física, química, biologia, etc. Enquanto o conhecimento se multiplica em progressão geométrica a cada ano exigindo, um grau cada vez maior de especialização, esta no forno o projeto do professor biônico-genérico. Falem sério! Bando de calhordas comunistas!
Depois de pararem com os cursos de licenciatura que davam ao professor formação para lecionar, por exemplo, aulas de matemática, física e desenho geométrico, a turma de pensantes calhordas pagos com o dinheiro dos contribuintes vem com esta barbaridade. Querem, de uma hora para outra, colocar no colo dos professores que já estão à beira da pobreza, a responsabilidade de ensinar múltiplas matérias sem os condicionamentos acadêmicos e financeiros minimamente necessários para motivá-los a aceitar mais esta experiência hedionda e corporativista com suas vidas profissionais.
Então, escutamos um professor público, na hora do cafezinho, declarar em alto e bom som para quem quiser escutar: “eu faço a minha parte e quero mais que esses alunos se fodam”.
Os professores, com poucas exceções, estão chegando ao limite do esgotamento e da desmotivação em construir algo novo em educação, por culpa do corporativismo covarde que tomou conta de suas carreiras. Os que negam essa realidade, assim se posicionam porque estão, em geral, sendo beneficiado por algum tipo de sinecura local, aliciadora de militantes dos comunistas, ou porque estão acomodados à garantia de seus empregos pela abdicação do mérito maior de suas profissões, que é a de educar com bravura e consciência cívica.
Enquanto isso, por força da crescente demanda por qualidade de processo educacional, nas escolas particulares, a modernidade e a competência na educação, está se consolidando, e fortalecendo cada vez mais o filtro que determina a estrutura social dominada por uma casta de uma elite dirigente cada vez menor, mas com crescente poder político para impor para o resto da sociedade seus dogmas de imoralidade, falta de ética, corrupção, corporativismo sórdido e prostituição da política.
Tudo isso está acontecendo, há décadas, sob o olhar apático, passivo, beneplácito, ou mesmo covarde, das Forças Armadas e da sociedade civil organizada que ainda não se associou à canalha da política.
Somos os responsáveis maiores para reconduzir o país na direção de uma sociedade moderna, digna e socialmente justa, diante do verdadeiro caos moral e ético promovido pelos governos civis após o término do regime militar. Temos que acordar para essa dura realidade e destituir do poder esses calhordas que estão destruindo com a educação pública do nosso país.
Infelizmente, a partir de 2002, para esses patifes que estão destruindo o futuro dos nossos filhos e de suas famílias, tudo ficou mais fácil, pois fomos acometidos por uma insanidade ao colocar no comando do país um apedeuto estelionatário da política prostituída, cercado de corruptos e gangs corporativistas, refém do Foro de SP, e assessorado por muitas “inteligências” a serviço da desgraça do Brasil.
A contrapartida que temos tido pela nossa insanidade, é ficarmos presenciando a definitiva degradação moral e ética do poder público e, novamente, o enriquecimento de uma minoria.
Tudo esta acontecendo em nome da felicidade da nova burguesia petista, cúmplice de ocasião das elites dirigentes apodrecidas, gente somente olhando para o seu próprio umbigo e esquecendo que no dia em que “a casa cair” todo o seu patrimônio e seu podre status social de nada valerá diante das balas dos revolucionários ou dos bandidos. Como disse alguém: – somente falta o morro descer inteiro para o asfalto.
Nosso tempo está se esgotando. Se nada fizermos, o vaticínio de um filósofo se tornará uma dura realidade para o nosso país: a desgraça do “... esquema que nos governa não será derrubado por meio judicial; não será derrubado por via eleitoral; não será derrubado por golpe militar ou parlamentar; não será derrubado por pressão estrangeira; e não passará sozinho, como um sonho mau, por decurso de prazo... O PT só deixará o poder quando puder repassá-lo a algo de incomparavelmente pior.” (O.C.)
É em sala de aula de uma escola, geralmente pública, que podemos conviver com uma experiência viva da transformação negativa dos valores da família e da falência das estruturas sociais das comunidades de pobres ou excluídos, que estão impossibilitadas de exercerem seus papéis de arquitetos do comportamento de crianças ou adolescentes preparados para freqüentarem, de forma minimamente civilizada, um ambiente educacional.
De forma geral este cenário somente é parcialmente alterado, nos casos em que filhos da classe média, que estão entrando na fronteira de rigorosas limitações de renda, por falta de opção, são matriculados na escola pública. Esses alunos tendem a demonstrar melhor desempenho nos seus estudos porque estavam em escolas particulares, com rigor de ensino e regime disciplinar diferenciado.
Com poucas exceções, a escola pública, há décadas, vem perdendo os meios de conduzir, por princípio, crianças e adolescentes para o pleno e correto exercício de suas cidadanias quando chegarem às suas vidas adultas, e assim contribuírem nas suas atividades profissionais para o crescimento econômico, social, moral e ético do país.
A escola pública, por absoluta responsabilidade das elites dirigentes e seus lacaios do poder público servidor de oligarquias apodrecidas e prostituídas, foi transformada, após o regime militar, por gangs de civis corruptos e corporativistas sórdidos, em uma fábrica de diplomados sem educação e cultura – isto é, os que conseguem chegar a tanto diante de sucessivas repetências e da evasão escolar.
Todos os anos são despejados nas ruas do mercado de trabalho, milhões de cidadãos, diplomados no ensino médio, grande maioria de analfabetos funcionais, com condições mínimas de edificarem uma vida digna na construção de suas famílias, ficando predestinados a trabalharem arduamente para conseguirem apenas viver nos limites ou abaixo da pobreza, enriquecendo o círculo social vicioso que conduzirá seus filhos a destino semelhante.
Se alguém quiser uma explicação simples para o caos da educação em que vivemos, com as grandes metrópoles tomadas pelo crime organizado e o poder público capturado pela corrupção e pelo corporativismo mais sórdido, que se diga: a falência da educação pública e a formação de um Estado eminentemente incompetente, corrupto e prevaricador na execução de suas atribuições.
Os alunos do ensino público que conseguem chegar às salas de aula das universidades federais e estaduais, compulsoriamente, pelas cotas da exclusão, ou nas privadas, por força do assistencialismo populista universalizado do desgoverno petista, – que consolida a mercantilização do ensino superior de baixa qualidade –, se candidatam, em sua absoluta maioria, ao time dos “beneficiários” do ciclo viciado da formação “especializada” e de péssima qualidade acadêmica, moral e ética. Todos irão se associar à equipe dos mantenedores da prostituição do poder público e de suas espúrias relações com o resto da sociedade.
Nesse cenário, a universidade está diante de um novo desafio: recuperar a péssima formação dos doze anos de ensino público fundamental e médio, e conseguir encanudar um excluído que é jogado no seu campus com o pára-quedas do assistencialismo populista.
A vocação da Universidade Pública para a formação de uma comunidade acadêmica – preparada para ajudar o país a dar o salto de qualidade social em um ambiente de modernização econômica – vai se consolidar em uma ficção para ilustrar as páginas da produção dos mestres e doutores, avaliadores do problema do ensino público no país, que acabam vendo seus estudos mofando nas prateleiras do corporativismo sórdido.
Para os avalistas dos planos de financiamento do ensino superior patrocinado pelo desgoverno petista um aviso: preparem-se para pagar a conta dos formandos desempregados, ou que não vão conseguir uma remuneração compatível à dívida mensal do financiamento estudantil após a carência. Quantos vão ser? – Mais de 70 %. Para chegar a essa conclusão ninguém precisa ter bola de cristal. Apenas bom senso.
Suas esperanças, caros avalistas, é que no futuro uma nova panacéia populista venha à tona, o que não será difícil: será o perdão das dívidas dos estudantes para a “alegria” dos contribuintes que trabalham mais de cinco meses por ano para pagar a conta desse Estado corrupto, prostituído, prevaricador e comprador de votos.
Nos grandes centros urbanos o comportamento em sala de aula de alunos do ensino público beira ao caos da indisciplina e da falta de respeito aos professores. Uma minoria de alunos, realmente motivados e interessados em aprender, tem seu desempenho comprometido pela turba de desagregados sociais que fazem da sala de aula um palco para suas frustrações, revoltas, desinteresse, agressividade, etc. As sementes da falta de ética, da imoralidade e do desrespeito frontal aos códigos de comportamento mais primários, já brotam vivamente nas salas de aula.
No caso do ensino público noturno – supletivo principalmente – os adjetivos mais pejorativos para os frutos da educação pública são condescendentes. Os professores que se atrevem a enfrentar o comportamento mal educado e agressivo dos alunos são passíveis de agressão moral e física sem meios imediatos de defesa. “A maioria acaba esquecendo o problema, até para preservar sua vida; compra um salgado vendido em plena sala por um excluído que interrompe sua aula, deixa a turma entrar e sair sem restrição, e toca sua carreira, passando no quadro as lições que não serão aprendidas pela maioria, apenas para cumprir sua carga horária.”
Ao lado de uma carreira profissional que cada vez mais se associa ao corporativismo local das escolas para garantir sua sobrevivência, para complicar, mais ainda, a situação do ensino público, os professores se encontram tolhidos por instrumentos legais nas suas atribuições de caráter coercitivo, limitando de forma relevante suas ações de imposição de disciplina em sala de aula. Entre outras situações constrangedoras, os “Conselhos Tutelares” fazem do professor o culpado e do aluno quase sempre a sua vítima. Já tem aluno gravando por meio de celular as advertências do professor para acusá-lo de discriminação diante de um Juiz.
O professor se tornou um refém dos alunos e do Estado corporativista, e não mais um educador. Muitos, por falta de opção, fingem que ensinam, enquanto a maioria dos alunos finge que tenta aprender, ou simplesmente, “não está nem aí para a hora do Brasil”, fazendo da sala de aula um “parque de diversões” que não existe em suas comunidades, e não um ambiente de estudo e formação educacional; “enquanto a mocinha se maquia olhando para o lado e mirando-se no espelhinho, a angustiada professora tenta ensinar sua matéria, sem incomodar algumas sonecas distribuídas na sala”
Os professores públicos – com seu salário miserável e seus múltiplos empregos – estão abandonando seus papéis de construtores de conhecimento formal e socializador, isto é, deixando de ser um condutor competente do processo de formação de um indivíduo para o crescimento moral e ético de um grupo social e, em particular, de uma criança à vida em um grupo civilizado.
O professor público virou um bombeiro cada vez mais desqualificado e desmotivado para apagar o incêndio devastador da falta de educação das crianças que já chegam às escolas comprometidas na qualidade das sementes podres de sua formação moral e ética. Nossos antigos mestres - “tios” e “tias” estão - sendo transformados em condutores de um processo de tentativa de resgate de poucos da exclusão, do analfabetismo funcional e da marginalidade.
A própria sociedade na sua miopia calhorda está esquecendo que um professor precisa ser um profissional altamente qualificado e que deve ter um salário condizente com as responsabilidades cada vez maiores de sua carreira.
Na prática estamos exigindo que o professor se multiplique em inúmeras responsabilidades – educadores, pais substitutos, psicólogos, sociólogos, psicanalistas, etc. O professor agora tem a obrigação de compensar com sua “didática e pedagogia” a falência da estrutura familiar, da desagregação social das comunidades dos excluídos e, principalmente, da prostituição da política e do corporativismo sórdido que deixa a competência de conduzir o ensino público estadual e municipal em último plano.
Enquanto um canalha de um político prostituído custa para o Estado mais de R$150 mil reais, sem contar as receitas da meliância, um professor público, que tem a responsabilidade de formar cidadãos, custa em início de carreira, pouco mais de mil e quinhentos reais, isto é, os mais bem remunerados.
No Brasil, de vez em quando, assistimos na grande satã Plim-Plim da mídia, reportagens sobre a qualidade de alguns projetos de ensino público nos ciclos fundamental e médio.
Muitos hipócritas irão questionar o julgamento de valor feito por nosso artigo dizendo que ali e acolá um determinado aluno do ensino público ficou bem colocando no ENEM ou outro programa qualquer de avaliação do ensino, ou que conseguiu fazer um Mestrado apesar de sua origem pobre.
Essas colocações, freqüentemente feitas pelos patifes do Circo do Retirante Pinóquio são ridículas, vis a vis que não passam de rigorosas exceções – instrumento dos marqueteiros que adoram briga de galo; são fatos isolados dependentes muito mais de qualidades individuais de determinados alunos – com índoles especiais – conjugados com algum tipo de educação familiar que receberam, do que como resultado dos efeitos de uma arquitetura educacional coletiva que permita aos menos favorecidos o acesso ao crescimento pessoal e profissional através da educação pública.
É como dizer, no popular, a um excluído, telespectador das novelas da TV Plim-Plim satã, que apesar do mesmo “comer merda” durante quase toda sua infância e adolescência, um dia, se ele se esforçar, vai acabar tendo uma mansão, um carro importado e comendo caviar. Bando de canalhas esses hipócritas que ficam fazendo proselitismo imbecil com o caos da educação pública no país.
Vamos repetir as palavras do educador francês Jean Hérbrard: “Não é somente a economia [se fosse verdade] que dá papel de líder a uma nação. É também a qualidade, o modelo de sociedade que vai apresentar ao mundo”.
No nosso caso, o modelo de sociedade se apresenta ao mundo como corrupta, politicamente prostituída e com uma Justiça relativa, que cospe no excluído, mas protege a maioria dos indiciados por corrupção que são amigos ou cúmplices do “Príncipe” canalha, especialmente crápulas do Poder Judiciário que vestem toga para cometer delitos para atender suas ambições corporativistas, políticas e patrimoniais.
Conduzindo esse padrão de sociedade temos um poder público caracterizado pela prevaricação como norma de comportamento, o que é espelhado diariamente nas páginas dos jornais e nos telejornais, mesmo na TV Plim-Plim satã.
É isso que a maioria das crianças e adolescentes das comunidades mais carentes há décadas têm tido como exemplos de sociedade durante sua formação. Perambulam nas ruas dos guetos residenciais onde sobrevivem ou nas esquinas dos centros urbanos, enquanto seus pais tentam ganhar o pão de cada dia, até chegar a hora de irem para as escolas. Dentro de suas casas são ainda “premiados” pelos temas das telenovelas que insistem em colocar o senso comum da degradação da família e da sociedade como um exemplo a ser admirado e seguido, “porque estes são os valores da sociedade em que vivemos”.
Pobres dos nossos professores públicos que precisam o tempo todo, serem “mais realistas do que o Rei”. É essa dignidade, que começa a se aproximar da exceção por falta de opção e desmotivação, mas trazendo, ainda, alguma esperança de que muitas crianças podem ainda ser salvas do holocausto moral e ético que consome os nós do tecido social.
Os professores públicos do nosso país continuam sendo tratados como uma classe profissional inferior tendo em vista seus padrões de remuneração e de condições de construção de uma carreira, além de ficarem reféns do corporativismo sórdido que coloca a politicagem suja, imoral e aética como condutora da estrutura de ensino das escolas públicas, que são rigorosamente reféns do sujo jogo da política nos locais onde se encontram.
Nessas condições tudo o que se fizer em educação no país não vai servir para nada, melhor dizendo, não vai evitar que nos levem cada vez mais ao fundo do poço da falência da educação pública.
Pergunte-se nas últimas décadas o resultado dos planos mirabolantes de reformas educacionais e o seu resultado. A classificação do país nas avaliações internacionais de qualidade do ensino dá a resposta precisa. Não é nenhum achadismo, é a realidade nua e crua da educação pública do nosso país que se repete entra desgoverno sai desgoverno.
Agora, nesta próxima década de desgraça petista, já temos mais novidades produzidas por nossos honoráveis acadêmicos comunistas que vivem fazendo “complexos estudos” – financiados pelos contribuintes – que dão em lugar algum, pois se baseiam em experiências de outros países com governos e condições sócio-econômicas e políticas diferentes das do nosso país.
O feijão com arroz ninguém faz, que deve começar em tratar o professor público com dignidade dando-lhe condições materiais, formação acadêmica, poder disciplinar, e autonomia para reeducar a massa de candidatos a analfabetos funcionais e excluídos que todos os anos entram nas escolas públicas. Devem também ser modificadas as estruturas de pessoal das escolas que se colocam através de suas direções como reféns de interesses políticos sub-reptícios de prefeitos, governadores e seus cúmplices, comprometendo cada vez mais a eficiência e a qualidade da estrutura do ensino público no país.
Está “no ar” uma nova “revolução para a educação” que é a proposta de exigir dos professores – a partir do nada – uma formação que permita que lecionem várias matérias simultâneas, por exemplo, física, química, biologia, etc. Enquanto o conhecimento se multiplica em progressão geométrica a cada ano exigindo, um grau cada vez maior de especialização, esta no forno o projeto do professor biônico-genérico. Falem sério! Bando de calhordas comunistas!
Depois de pararem com os cursos de licenciatura que davam ao professor formação para lecionar, por exemplo, aulas de matemática, física e desenho geométrico, a turma de pensantes calhordas pagos com o dinheiro dos contribuintes vem com esta barbaridade. Querem, de uma hora para outra, colocar no colo dos professores que já estão à beira da pobreza, a responsabilidade de ensinar múltiplas matérias sem os condicionamentos acadêmicos e financeiros minimamente necessários para motivá-los a aceitar mais esta experiência hedionda e corporativista com suas vidas profissionais.
Então, escutamos um professor público, na hora do cafezinho, declarar em alto e bom som para quem quiser escutar: “eu faço a minha parte e quero mais que esses alunos se fodam”.
Os professores, com poucas exceções, estão chegando ao limite do esgotamento e da desmotivação em construir algo novo em educação, por culpa do corporativismo covarde que tomou conta de suas carreiras. Os que negam essa realidade, assim se posicionam porque estão, em geral, sendo beneficiado por algum tipo de sinecura local, aliciadora de militantes dos comunistas, ou porque estão acomodados à garantia de seus empregos pela abdicação do mérito maior de suas profissões, que é a de educar com bravura e consciência cívica.
Enquanto isso, por força da crescente demanda por qualidade de processo educacional, nas escolas particulares, a modernidade e a competência na educação, está se consolidando, e fortalecendo cada vez mais o filtro que determina a estrutura social dominada por uma casta de uma elite dirigente cada vez menor, mas com crescente poder político para impor para o resto da sociedade seus dogmas de imoralidade, falta de ética, corrupção, corporativismo sórdido e prostituição da política.
Tudo isso está acontecendo, há décadas, sob o olhar apático, passivo, beneplácito, ou mesmo covarde, das Forças Armadas e da sociedade civil organizada que ainda não se associou à canalha da política.
Somos os responsáveis maiores para reconduzir o país na direção de uma sociedade moderna, digna e socialmente justa, diante do verdadeiro caos moral e ético promovido pelos governos civis após o término do regime militar. Temos que acordar para essa dura realidade e destituir do poder esses calhordas que estão destruindo com a educação pública do nosso país.
Infelizmente, a partir de 2002, para esses patifes que estão destruindo o futuro dos nossos filhos e de suas famílias, tudo ficou mais fácil, pois fomos acometidos por uma insanidade ao colocar no comando do país um apedeuto estelionatário da política prostituída, cercado de corruptos e gangs corporativistas, refém do Foro de SP, e assessorado por muitas “inteligências” a serviço da desgraça do Brasil.
A contrapartida que temos tido pela nossa insanidade, é ficarmos presenciando a definitiva degradação moral e ética do poder público e, novamente, o enriquecimento de uma minoria.
Tudo esta acontecendo em nome da felicidade da nova burguesia petista, cúmplice de ocasião das elites dirigentes apodrecidas, gente somente olhando para o seu próprio umbigo e esquecendo que no dia em que “a casa cair” todo o seu patrimônio e seu podre status social de nada valerá diante das balas dos revolucionários ou dos bandidos. Como disse alguém: – somente falta o morro descer inteiro para o asfalto.
Nosso tempo está se esgotando. Se nada fizermos, o vaticínio de um filósofo se tornará uma dura realidade para o nosso país: a desgraça do “... esquema que nos governa não será derrubado por meio judicial; não será derrubado por via eleitoral; não será derrubado por golpe militar ou parlamentar; não será derrubado por pressão estrangeira; e não passará sozinho, como um sonho mau, por decurso de prazo... O PT só deixará o poder quando puder repassá-lo a algo de incomparavelmente pior.” (O.C.)
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