Observe que elas "não estão armadas", cobrem seus rostos para não serem identificadas. | Fonte: Jornal Zero Hora Brasil Acima de Tudo: http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=4112&Itemid=141 Rio de Janeiro, 4 mar (EFE).- Cerca de 900 mulheres da Via Campesina ocuparam e destruíram parte da fazenda Tarumã, da empresa Stora Enso, no Rio Grande do Sul, informou hoje o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As manifestantes cortaram eucaliptos e plantaram espécies nativas em seu lugar na propriedade de 2.100 hectares, no município de Rosário do Sul, a aproximadamente 400 quilômetros de Porto Alegre. Os integrantes da Via Campesina e do MST afirmaram que a Stora Enso mantém plantações ilegais na região. A Constituição proíbe que empresas estrangeiras adquiram terras em uma faixa de 150 quilômetros da fronteira do Brasil com outros países, destacaram os manifestantes. A Stora Enso comprou terras perto da fronteira com o Uruguai, onde a companhia também possui plantações e pretende formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares e implantar fábricas na região, argumentaram. Em comunicado, as manifestantes afirmaram que sua ação é legítima. "Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado, que está cada vez mais sem terra para produzir alimentos", acrescentaram. As mulheres da Via Campesina acusam a Stora Enso, com sede na Finlândia, de ter comprado propriedades através de "laranjas". Também afirmaram que os brasileiros João Fernando Borges e Otávio Pontes, respectivamente diretor-geral e vice-presidente da empresa para a América Latina, são "testas-de-ferro" na compra dessas propriedades para burlar a lei. "Eles são atualmente os maiores latifundiários do Rio Grande do Sul", disse o comunicado. As manifestantes disseram que a empresa comprou mais de 50 fazendas que somam 45 mil hectares no Rio Grande do Sul, registradas em nome da Agropecuária Azenglever. Os protestos da Via Campesina acontecem na semana do Dia Internacional da Mulher, "para intensificar a luta contra o agronegócio e a defesa da soberania alimentar da população brasileira". Elas acusam as empresas de celulose de fecharem suas fábricas nos Estados Unidos e na Europa para transferi-las para a América Latina, onde "encontram muita terra, água, clima favorável e Governos dispostos a atender seus interesses". Meios de comunicação do Rio Grande do Sul informaram que uma brigada da Polícia Militar estava pronta para expulsar as manifestantes, que chegaram à fazenda em 15 ônibus. Na fazenda, as mulheres - algumas com crianças - continuavam a cortar árvores e a montar tendas provisórias de plástico. Representantes da empresa contatados pela Agência Efe não estavam disponíveis para comentar a ocupação da fazenda e as acusações da Via Campesina e do MST. A empresa afirmou que somente 707 hectares dos 2.200 da fazenda Tarumã estão destinados ao plantio de eucalipto, e que 60% da área está reservada à preservação ambiental. |
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