quinta-feira, 3 de abril de 2008

MÁRTIR POR ENCOMENDA

Por César Souza


A propósito da ampla rememoração pela mídia, no 27 de março último, da morte do estudante Edson Luiz, inclusive com a exploração da presença da mãe do rapaz, retransmito para as novas gerações um depoimento que desmistifica o que Elio Gaspari, o ”especialista em governos militares”, narrou em seu livro, com detalhes, a morte do estudante Edson Luiz, ocorrida no restaurante do Calabouço, em 27 de março de 1968. Detalhes tão precisos como se ele estivesse lá, assistindo a tudo. Não estava. Tanto não estava que escreveu que o fato ocorreu a “três quarteirões do hospital da Santa Casa”. Outra inverdade. Do restaurante ao hospital bastava atravessar a rua Santa Luzia. Eu estava lá e vi.
No entanto, sobre outro episódio, acontecido na Faculdade Nacional de Filosofia, Rio de Janeiro, de onde era aluno, Gaspari narra a morte, por um tiro de revólver disparado por um seu colega, de um estudante da mesma Faculdade. E só. Por que Gaspari, um historiador, evita dizer o nome desse seu colega, de Faculdade e de partido, que disparou a arma? Esse é um segredo de polichinelo, embora jamais o autor da morte tenha sido processado por esse crime. Seu nome? Apenas as iniciais, pois não desejo prejudicá-lo, onde quer que esteja. Assim, aquilo que ele julga que ninguém sabe, ele vai saber que eu sei: ACFPP.

Na verdade, sobre a morte do Edson, após o inquérito, ficaram evidentes duas verdades desagradáveis, que os agitadores de então não comentam, por razões óbvias:

- o tiro foi de revólver 32 ( que a polícia não usava);

- um caixão fora encomendado pela manhã, ANTES QUE OCORRESSE O INCIDENTE GERADOR DO ÓBITO, indicando QUE O MESMO JÁ FORA PROGRAMADO, para criar o clima de consternação; só faltava a vítima.

Mas, a História daqueles dias está totalmente deturpada, contada livremente, hoje, nos principais meios de comunicação, justamente pelos malfeitores. Os estudantes que foram enquadrados “em massa” nem sabiam do que se passava. Podem, perfeitamente, acreditar nas versões que são contadas hoje.

Lembro-me de um jovem universitário, filho de família “burguesa” amiga nossa, que quando lhe perguntei por que ele, cursando Engenharia, com tanta coisa para estudar, se metia naquelas passeatas (até perigosas!), da turma de Direito, Psicologia e outras “Humanas”, ele me disse: - “César, tem cada guria de tirar o fôlego e bem assanhadas! Sempre acaba bem pro meu lado!”...

Pois era isso mesmo. Como diriam mais recentemente, participar de passeatas ERA UM BARATO! Só não percebiam que estavam servindo de MASSA DE MANOBRA. E isto no mundo inteiro, pois era a ordem de Moscou, em 1968.

Fraternal abraço, de quem não esquece da História, porque a viveu um pouco.



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